segunda-feira, 6 de junho de 2011

As perversidades da democracia (2/3)

Outra perversidade, tão grande ou maior que as primeiras, é a dos próprios interessados fazerem para si as leis que os protegem, lhes conferem salários muito acima do comum dos mortais e incomportáveis para o País, mordomias de senhores do posso-quero-e-mando. Sabem quanto se gasta com o Parlamento português? – Em 2010, foram 191.405.356,61 Euros (Ver DR, nº 28-1ªsérie, 10/2/2010) Aliás, escandalosos são não só os salários e mordomias dos parlamentares nacionais mas também dos do actual Parlamento Europeu! Se os parlamentares portugueses tinham, até há pouco – já foi alterado o escândalo? – reformas vitalícias após 12 anos de deputados na Assembleia da República, no Parlamento Europeu o prazo é de 16 anos! E são reformas milionárias! Vejam-se os links:
http://www.kdo-mailing.com/redirect.asp?numlien=1276&numnews=1356&numabonne=62286
e
http://www.lepoint.fr/actualites-economie/2009-05-19/revelations-les-retraites-en-or-des-hauts-fonctionnaires-europeens/916/0/344867
(Voltaremos ao assunto, por ser paradigmático.)
E ainda há que contabilizar os excessos em subvenções aos partidos políticos – mais uma vez, foram eles que fizeram as leis e estabeleceram os montantes a usufruir! – e o escandaloso gasto com as eleições, em outdoors e jantares, bandeirinhas e outras "mezinhas" para ludibriar o povo, na caça ao voto! Tudo subsidiado! Tudo pago pelo erário público, o mesmo é dizer, pelo mesmo povo que, no entanto, se deixa gostosamente levar!
Mas a maior das perversidades desta democracia é a dos partidos que não ganharam as eleições e, portanto, ficam na oposição, não ajudarem o Governo a governar, servindo o País como prometeram nas campanhas eleitorais, mas tudo fazendo para o derrubar, não só insatisfeitos com a derrota mas sobretudo com o fito de assalto ao poder e serem eles a mandar, a dar empregos aos seus boys e girls, aos seus gestores, normalmente incompetentes e, estes, sim, com salários não só acima das posses do País mas verdadeiramente escandalosos, havendo ainda prémios de produtividade nas empresas que acumulam ano após ano, défices monstruosos. Grandes gestores, não há dúvida! Em Portugal, os exemplos são mais que muitos! E... ninguém faz nada ou ninguém tem coragem de fazer seja o que for. Todos estão a comer do bolo e não querem perder fatia. Por isso, deixa correr! Por isso, deixa que o País se afunde e que as futuras gerações paguem a dívida! Mas... até quando? O raciocínio calculista deles até é, dentro de uma lógica partidária, compreensível, embora de forma alguma aceitável: “Se não os derrubarmos e, pelo contrário, os ajudarmos a bem governar, nunca mais iremos para o lugar deles, nunca mais teremos as benesses do poder! Nem para nós, nem para os nossos familiares e amigos! Há que fazer tudo para desencadear uma crise política. De outro modo...”
No próximo texto, apresentaremos uma proposta, uma solução que alteraria radicalmente o sistema, nunca o interesse dos partidos se sobrepondo ao interesse do País, como actualmente acontece. Uma nova democracia precisa-se, não há dúvida!

Sem comentários:

Enviar um comentário