quarta-feira, 20 de julho de 2011

Férias na aldeia...

Este blog vai entrar de férias! Mas não, sem antes fazer-se eco do que circula, na Net, como se o mundo fosse reduzido a uma aldeia de 100 pessoas. Nessa aldeia, teríamos:
1 – 100 asiáticos, 21 europeus, 14 americanos, 8 africanos;
2 – 56 mulheres, 44 homens;
3 – 70 pessoas de cor, 30 caucasianos;
4 – 89 heterossexuais, 11 homossexuais;
5 – 6 seriam donos de 59% da riqueza e seriam todos dos Estados-Unidos;
6 – 80 viveriam na miséria, 70 não teriam recebido qualquer instrução escolar, 50 passariam fome, morreria 1 por cada 2 que nasceriam, 1 teria computador e 1 teria instrução superior.
Os dados poderão não estar totalmente exactos, em proporcionalidade, mas aproximar-se-ão muito da realidade. Dado mais credível, porque fundamentado, é o de que c. 5% da população mundial possui c. de 95% da riqueza produzida no mundo. Daí, aqueles 80/100 que viveriam na miséria!
Se esta for a Verdade dos números – e, infelizmente, não deve andar muito longe disso! – teremos toda a razão em pugnar, como o fazemos aqui, por uma nova ordem económico-financeira mundial que ponha cobro a tamanhas desigualdades e a tais desmandos em que navega a humanidade.
Somos privilegiados e pertencemos aos “ricos” que podem fazer férias! Mas não deixamos este lugar vazio de ideias novas. Remetemos, de novo, para os textos-base publicados em Julho/Agosto de 2010, a saber, Sustentabilidade (I-VII) e Modus operandi (I-VII). Ali, se contém o essencial de como “dar a volta” ao mundo financeiro, causador de todas as desgraças, de todas as crises, de todas as injustiças e propiciador de todos os crimes, crimes obviamente de corrupção ou com ela conectados.
Estas ideias vêm sintetizadas no cap. V do meu livro “Um Mundo Liderado por Mulheres”, Esfera do Caos, Editores, que, sem falsa modéstia, se aconselha como leitura de férias: é livro que não fala só de economia mas contém outras agradáveis surpresas...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Uma ideia de outro mundo! (Por enquanto!)

Para dar a volta a toda esta confusão em que o capitalismo selvagem actual mergulhou o mundo, o mundo dito primeiro, por oposição ao terceiro, vivendo exactamente o primeiro à custa do terceiro, obrigando este a morrer de fome e fazer guerras que não quer, mas a quem o primeiro tem de vender as armas que fabrica e que dá muitos milhões a ganhar aos senhores do capital – os sorridentes investidores! – gananciosos, está bem de ver, e querendo lá saber que aquelas armas vão ceifar a vida a outros seres humanos iguaizinhos a eles! – uma ideia civilizada, num capitalismo que não fosse selvagem, mas que se regesse por normas universais a que todos teriam de obedecer..., ideia, obviamente, também revolucionária – e isto sem qualquer conotação política, política que nada adianta para a resolução dos problemas das sociedades a nível global, criando uma sociedade mais equilibrada, com menos injustiças, sem guerras, sem milhões a quotidianamente morrerem de fome, sobretudo crianças, crianças cujas mães, por machismos reinantes ou ignorância e pobreza extremas, nem dinheiro têm para um preservativo! – uma ideia civilizada e brilhante seria transformar todas as empresas existentes em novas empresas, formando-se as que estão em processo de criação de igual modo, com um novo conceito ou paradigma: todos os participantes na empresa seriam sócios. Isso mesmo: sócios! Todos vestindo a camisola da produtividade, todos, primando pelo seu máximo desempenho, todos interessados em que a empresa não abrisse jamais falência, para que ninguém perdesse o seu emprego, todos com formação ou anterior ou posteriormente adquirida, sempre se actualizando para não perder “o comboio” da concorrência, nem da oportunidade, mandando-se às malvas os sindicatos, pois os conflitos laborais seriam varridos do vocabulário da economia social! Claro que a concorrência nunca poderia/deveria acabar, embora bem regulamentada, para não dar origem a subterfúgios selvagens e a corrupções incontroláveis, por informação privilegiada, obtida por métodos fraudulentos. Isto, em todos os domínios da actividade humana: da exploração das matérias primas, à exportação e serviços, à transformação, à investigação, exceptuando, obviamente, aquela que deveria ser imediatamente abolida e banida da face da Terra, por perversa e totalmente desnecessária: a do fabrico de armamento para a GUERRA! Todo o relacionamento humano deveria – já é tempo disso! já é tempo de não mais impérios de Alexandres, de Césares, de Turcos Otomanos, de Hitlers – deveria primar pelo diálogo e solidariedade social, recebendo cada um conforme as suas capacidades de desempenho e não por outros quaisquer motivos ou influências... Utópico?! – Talvez! Mas como fazer progredir o mundo e as sociedades se não houver utopias? Melhor: se não apostarmos nelas e apontarmos caminhos? Então, que haja políticos, que haja economistas, que haja Homens – aqui, sim, com letra bem maiúscula! – que tenham a coragem de pôr mãos à obra e tornar esta UTOPIA realidade, apresentando propostas concretas ao mundo!

domingo, 3 de julho de 2011

Onde nos levará a ganância?

A notícia aconteceu, na última semana: “Cerca de 70% das transacções em Bolsa – a nível mundial – são feitas inter-supercomputadores, sem qualquer intervenção humana”. A razão é simples: não há humano que seja capaz de competir em rapidez de decisão e execução com um super-computador. E a luta é saber qual deles chega primeiro à informação de tendência de subida ou descida deste ou daquele titulo. Depois, basta ganhar um cêntimo em cada transação, o que, multiplicado por milhões, dá muitos milhares de dólares ou euros de lucro. Por exemplo, uma transação de 40 milhões de acções, com um cêntimo de lucro, perfaz a “módica” quantia de 40 mil dólares ou euros.
É a ganância toal, a usura no seu auge: ganância dos investidores, ganância dos corretores. Mas, entre muitas, há quatro perguntas fundamentais que a Humanidade se deveria fazer: 1 – Para quê quer um investidor multiplicar por 10, 20, 1000 o seu capital? Não lhe bastarão uns largos milhares, para viver a vida em todo o seu esplendor, em harmonia consigo e com os outros? Haverá melhor filosofia de vida? Haverá outro conceito racional de felicidade? 2 – Não deveria o investidor pensar em criar riqueza, não para se servir dela, desbaratando-a, mas para a pôr ao serviço da comunidade, criando empresas que dessem emprego a toda a gente, isto é, com uma função totalmente social? 3 – Até que ponto tem um ser humano a liberdade de usurpar – seja baseado em que leis for, em que artimanhas for! – a riqueza toda só para si, deixando os outros, os seus semelhantes à míngua, sem emprego, passando fome? Não tem de haver limites para a liberdade, toda a liberdade, mormente a financeira? 4 – Quem terá força para impor limites a tal perversa liberdade? Não têm de ser os países – políticos, economistas e financeiros de braço dado – a acabarem com o escândalo, pois é de verdadeiro escândalo que se trata?
Infelizmente, parece que ninguém está disposto a dar o primeiro passo. Nem mesmo as universidades de economia! (Veja-se o pouco interesse que este blog tem despertado nesses fórums onde se ministra o “saber”!)
Há, no entanto, uma luz ao fundo do túnel: o próprio sistema pode entrar em colapso! Basta que um “esperto”, um dos que é vítima do sistema, mas tem a sorte de ter um computador e o know-how para accionar os mecanismos que levem à confusão total, baralhando o sistema, fazendo-o colapsar. Não há dúvida: é nas Bolsas mundiais, Bolsas nascidas para que as empresas produtivas pudessem dispersar o seu capital, capitalizando-se para produzirem mais e criarem mais emprego, mas agora totalmente desvirtualizadas dessa nobre função, que se verificam as maiores perversidades que o sistema financeiro actual permite, a nível global, aos senhores do capital. Até quando?!!!