segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sustentabilidade (1)

Voltando ao realismo, vamos iniciar, nesta fase do Blog, uma série de “mensagens” de carácter económico, propondo para discussão muitas das ideias já ventiladas no livro de referência “Um Mundo Liderado por Mulheres”.
Como repto, perguntar-se-ia: “E se os economistas considerassem o próximo ano de 2011 o ANO DE VIRAGEM dos modelos económico-financeiros actuais, nitidamente insustentáveis, para modelos sustentáveis, em termos ambientais e sociais?”
Mas tudo leva a crer que não! Os economistas, de mãos dadas com os políticos de todo o mundo, não dão ouvidos aos cientistas que denunciam todas as atrocidades que estes modelos económicos levam a cometer contra a mãe-Terra, não sendo capazes, simultaneamente, de erradicar a pobreza do Planeta, antes construindo uma humanidade na sua maioria infeliz e sofredora...
O desafio terá então de ser lançado aos jovens de todo o mundo, pois são os jovens que vão sofrer as graves consequências deste status quo – jovens universitários – para que sabiamente elaborem novos modelos sustentáveis, os apresentem aos políticos e estes obriguem as economias a trilharem caminhos de sustentabilidade, pois, a não se inverter o rumo actual, caminhamos irreversivelmente para a catástrofe global!

Sustentabilidade (2)

O desafio será também aos economistas de todo o mundo para que dêem ouvidos aos cientistas e reconheçam que não podem continuar a apostar num desenvolvimento dos países insustentável. Pois, até onde crescer? Até onde elevar o nível de vida das populações? Não se coloca um plafond, digamos, de razoabilidade? Até onde deixar crescer a população mundial? Não se lhe coloca um limite, para que o Homem não viva orgulhosamente só na Terra, o que, aliás, o levará, mais cedo ou mais tarde, à própria extinção, já que não pode ser único no seu ecosistema? Até onde podemos levar a exaustão dos recursos terrestres sem tornar irreversível a sua reposição? Até que ponto podemos destruir as florestas, gastar a água doce disponível, consumir os peixes do mar, destruir os habitats dos outros seres vivos à face da Terra – animais e plantas! – levando-os à extinção sem possibilidade de retoma?
É urgente, é imperioso, em nome da sustentabilidade do Planeta e, nele, do Homem, que sejam os economistas a bradarem aos céus por modelos económicos que não levem à exaustão dos recursos disponíveis, ou o Homem – ricos e pobres! – será vítima da sua própria ganância, digamos, da sua própria estupidez! Nesse momento de morte, alguém que reste vivo perguntar-se-á: “Afinal, para que serviu ao Homem a sua originalidade de ser racional?”

Sustentabilidade (3)

Convencidos que fossem os economistas da tremenda e urgente necessidade de mudança, de certeza que os políticos não poderiam agir de outra forma a não ser em conformidade com os novos modelos propostos. Em nome da salvação da Terra! Em nome da salvação do próprio Homem!
Mas, certamente, só o farão quando pressionados pela “terra queimada” que semearam, quando, simultaneamente, morrerem às dezenas de milhões os humanos que eles prometeram governar e aos quais prometeram aumentar sem limite o seu nível de vida, consumindo tudo o que há para consumir, destruindo tudo o que há para destruir, até esse tremendo dia D!
Tarde demais, no entanto! Os cientistas dizem – e provam-no! – que, nesse momento, já será irreversível a reposição do clima antes das alterações climáticas devidas ao efeito de estufa provocado pelo CO2, dia a dia, emitido pelas energias poluidoras para a atmosfera.
Ah, como é pena que os Homens de hoje hipotequem, sem retorno, o amanhã dos seus próprios filhos e o dos filhos dos seus filhos! Como é pena! E não deixa de ser deprimente pertencer a tal raça que se apelida de “raça nobre” por possuir uma inteligência capaz de raciocínios que nenhuma outra espécie conhecida viva consegue realizar! É que, afinal, para nada parece servir-lhe tal especificidade!

Sustentabilidade (4)

Como é possível os egrégios economistas actuais – prémios Nobel incluídos! – não se aperceberem do facilmente previsível colapso das economias a nível mundial, devido ao facto de todas as empresas de todo o mundo terem em mente os mesmo objectivos, ou seja: produzir cada vez mais, exportar cada vez mais, lucrar cada vez mais..., com consequências catastróficas nas sociedades, pelo desemprego em massa que se seguirá, havendo ainda o apelo contínuo ao consumo desenfreado de todas as populações da Terra, populações cujo número não pára de aumentar e a que ninguém se preocupa de impor um limite? Aliás, quem, no seu perfeito juízo, pensa que os humanos podem aumentar sem limites numa Terra tão pequena e limitada? É que, na Terra, as populações ainda podem deslocar-se de zonas muito povoadas, e com falta de emprego, para zonas menos povoadas e onde há a miragem de emprego, sobretudo nos serviços, devido ao elevado nível de vida dessas regiões; mas, quando já não for possível comportar mais gente em parte nenhuma, emigra-se para one? Para o inóspito Espaço? Apesar dos avanços das descobertas espaciais, só os ignorantes ou os de má-fé acreditam que a conquista do Espaço está a um passo das realizações humanas e que nele estará a solução para o aumento desmesurado da humanidade...

Sustentabilidade (5)

Aqui chegados, a pergunta é se valerá a pena “bater” mais em economistas e políticos. Responderíamos que “Tudo vale a pena para salvar a Terra e, nela, o Homem, da destruição anunciada!”
É essa a tarefa a que nos propomos neste Blog! Criar um movimento a nível mundial que leve os economistas a assumir a realidade que não querem ver, os políticos a abandonar as políticas insustentáveis que prosseguem em cada país, as populações da Terra a convencerem-se de que temos de pôr cobro às perversas realidades já inventariadas: excesso de população, poluição, desflorestação, excesso de pesca, excesso de utilização da água potável, etc., etc. etc., com o consequente limite à subida do nível de vida.
Não há dúvida: o nível de vida dos povos desenvolvidos tem de baixar drasticamente porque subiu desmesuradamente, (já não basta estagná-lo num plafond zero!), para que o dos pobres cresça a patamares mínimos aceitáveis de terem que comer, com que se vestir, onde se abrigar, onde se curar quando doentes.
Mais do que nunca se apela, para além da inteligência, à emoção de criar uma humanidade mais fraterna onde teremos todos o dever da solidariedade. Nós, os de barriga cheia, não somos os únicos a ter direito à VIDA, caramba!

Sustentabilidade (6)

Finalizamos, resumindo o que dissemos, com uma pergunta imprescindível aos economistas de todo o mundo: “Qual a sustentabilidade deste modelo económico neo-liberal, se a sua base se revela perversa já que: 1 – a produção está assente numa energia poluidora – carvão, gás e petróleo – não havendo hipótese das energias renováveis serem alternativa antes do irreversível aquecimento global; 2 – o desenvolvimento económico é baseado na exportação e consumo de bens satisfazendo uma população que não pára de crescer sendo facilmente previsível a exaustão, a curto prazo, dos recursos da Terra: água, alimentos, matérias-primas; 3 – os governos prometem aumento continuado do nível de vida das pessoas, tanto de ricos como de pobres, sem plafond zero à vista; 4 – as empresas em todo o mundo farão uma tal concorrência entre si que milhões irão falir, gerando-se uma catástrofe social por causa do elevadíssimo desemprego, ficando as sociedades ingovernáveis; 5 – a vida na Terra caminha para o desaparecimento das espécies animais e vegetais pela insustentabilidade climática”?
Então, fica-nos a certeza: tem de haver alguém que proponha modelos que sejam realmente sustentáveis!
O próximo ano de 2011 tem de ser o ano da grande VIRAGEM!

Sustentabilidade (7)

Ensaiemos nós, desafiando os especialistas, um esboço de novos modelos económicos que sejam realmente sustentáveis, para o ambiente e para a sociedade, dadas as duas variáveis em presença mais importantes: 1 – poluição insustentável da terra, mar e ar; 2 – existência de mais de 6500 milhões de humanos, sendo metade deles pobres ou muito pobres, morrendo dezenas de milhar de fome e doenças diariamente. As bases em que esses novos modelos económicos devem ser criados serão:
1 – Um sistema financeiro não visando o lucro mas tão só o apoio às empresas e aos indivíduos.
2 – As empresas produzindo, fundamentalmente, o necessário para colmatar as necessidades da população do local onde estão implantadas, não excluindo, obviamente, a exportação dos seus produtos para locais onde, por qualquer razão, não existam e façam falta.
3 – Os indivíduos e as empresas a serem limitados, não na sua capacidade inovadora, mas na sua liberdade de produzirem não importa o quê, poluindo não importa como.
4 – Controle efectivo da população, tendendo para a sua redução e não para o seu aumento.
O que isto implica de coragem intelectual para os economistas e de coragem política para os homens do poder é tremendo, pois os “senhores do capital” de forma alguma quererão abdicar dele, embora o neo-liberalismo actual, por demais evidente condenado ao fracasso, tenha irremediavelmente de ser substituído. No entanto, ninguém, honestamente pensando, deixará de ver a necessidade urgente da mudança, da grande VIRAGEM que se impõe!
(Ver mais em: “Um Mundo Liderado por Mulheres”, Esfera do Caos, disponível na Net e livrarias).

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ainda numa onda de optimismo

O apelo é para que vivamos do sonho e não dêmos demasiada importância à realidade! Se temos saúde e dinheiro que nos baste ao alimento e bem-estar, façamos dos lábios um sorriso, digamos adeus à tristeza e esqueçamos todos os desmandos que grassam pelo mundo! Gozemos ainda o Sol enquanto brilha, as estrelas que continuam nos acenando do firmamento, as águas que correm nos rios e ondulam no mar com a transparência possível! É que ainda há muito de Terra, de Mar e de Ar não conspurcado pelo Homem e temos de o aproveitar enquanto para nós há vida... Pois, que nos adianta sofrer por quem está sofrendo – sejam pessoas, animais ou plantas – se nos sentimos impotentes e já fazemos, no nosso cantinho, tudo o que é possível para que a Terra não continue a degradar-se e as sociedades não persistam em desmoronar-se?
Ah, como é bom ouvir canções românticas, sonhar com um amor desejado, esteja ele perto ou distante, viver das emoções do canto e da dança, vendo, ouvindo, participando, braços no ar acenando, a voz gritando pelo nosso herói que no palco agradece as palmas e convida ao delírio... Ah, como é bom! Esqueçamos, pois, outros momentos que não estes e que a festa sempre dure!...
Quem dera que sempre durasse!...