segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alerta programático

Caríssimos visitantes e seguidores,
Não tendo este blogue um objectivo de análise de factos quotidianos mas de expressão de ideias mais universais que vão muito para além daquilo que absorve o mundo dia a dia, o meu compromisso será de apresentar uma "ideia nova", semanalmente, à segunda-feira. Passado o bulício do fim-de-semana anterior, poderão os interessados nestas "coisas", em qualquer momento da semana que se inicia, dar o seu contributo, comentando com críticas, sejam de concordância ou de total desacordo, propondo outras ideias, quiçá, bem mais válidas e pertinentes...
Deste modo, ninguém virá aqui em vão, vendo goradas as suas expectativas, por não encontrar "coisas" novas. Não esquecer, no entanto, que todos os textos anteriores continuam a poder merecer da vossa parte a atenção necessária à reflexão e análise. Se os comentarem, dêem notícia, aqui, no último texto publicado, referenciando-o, para que não lhe falte a prometida amável resposta...
Obrigado!

O pleno emprego

É um convencimento generalizado entre economistas de que, para haver uma sociedade equilibrada e pacificada, tem de haver pleno emprego para todos os que estão em idade activa de produção. Citemos apenas o conceituado professor de economia da Universidade de Harvard (USA), Kenneth Galbraith, no seu livro “A Sociedade Desejável”: “Tem de haver oportunidades de emprego para todos os membros que estejam dispostos a trabalhar”. E acrescenta: “Isto significa, dada uma população em crescimento e com maiores aspirações, uma expansão sustentada da economia e, como consequência, o aumento sustentado e estável do número de trabalhadores empregados”.
No entanto, sendo a primeira afirmação de Galbraith óbvia, a segunda pressupõe uma economia sempre em crescimento, o que é manifestamente insustentável num mundo em mudança, sufocado pelos efeitos perversos da globalização. Como afirmo no meu livro “Um Mundo Liderado por Mulheres”, “o desemprego, atingindo taxas elevadas em todo o mundo, sempre nos países em desenvolvimento, mas agora também nos mais evoluídos e industrializados, é considerado uma chaga social que afecta milhões de pessoas”. E, mais abaixo: “Aqui é que se vão requerer cérebros que produzam boas ideias à escala global: ocupar toda a mão-de-obra disponível em cada país...”
O problema coloca-se, pois, tendo em conta dois parâmetros: o número de pessoas em idade produtiva e os meios de produção onde essa população se possa inserir. Os sistemas económico-financeiros deverão ter a adequada resposta. Ora, se os actuais nitidamente não são resposta, outros terão de surgir para que o sejam. É nisso que estamos aqui empenhados.
Sobre os efeitos perversos da globalização falaremos em próximas mensagens.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A idade da reforma, pomo de todas as discórdias

Não há idade ideal para que um trabalhador passe à reforma. Aliás, as reformas apresentam-se, actualmente, nas Sociedades ditas desenvolvidas, com duas facetas mais visíveis: por um lado, há as milionárias para uns, às vezes com poucos anos de actividade, as cumulativas para outros – o que poderá dar “lindas” somas! – e as normais, algumas, no entanto, rondando o miserável, para a maior parte dos que trabalharam toda a vida, recebendo, embora variando de país para país, cerca de 80% do último salário; por outro lado, há, também conforme os países e as actividades, reformas, exceptuando as por invalidez, aos 55, aos 60, aos 65 anos..., pretendendo-se impor, actualmente, em França, os 62, indo já nos 67, na trabalhadora Alemanha.
O argumento para as milionárias e cumulativas são os mais diversos, mas nenhum deles respeitável por atentarem contra a justiça social, e, normalmente, beneficiando os próprios fazedores das leis que as permitem. O grande argumento para o aumento da idade de reforma propalado por economistas e políticos é a longevidade ou o aumento da esperança de vida que já vai, em média, em 82 anos para as mulheres e 75 anos para os homens. Até parece evidente que assim seja! Uma mulher que se reforme aos 60 e morra aos 82, estará dependente da Segurança Social, 22 anos: bem mais de metade do tempo em que trabalhou e fez descontos – c. de 36 anos! É incomportável para qualquer sistema, não há dúvida!
No entanto, a resolução do problema não estará no aumento da idade de reforma, pois, cumulativamente, há outro muito mais premente: o problema dos jovens à procura do primeiro emprego ou a manutenção do posto de trabalho para os que já estão no activo. Assim, preconiza-se uma solução ambivalente e, certamente eficaz: uma diminuição acentuada do montante auferido nas reformas (60% do último salário?), mantendo a idade da reforma nos 60 anos, e a reformulação dos modelos económico-financeiros (ver textos anteriores) visando o pleno emprego de jovens e menos jovens. Depois dos 60, salvo raras excepções, seria mesmo proibido o trabalho remunerado, dada a escassez de empregos. Só voluntariado! E há tanto a fazer pelo país e pela sociedade!...
Conjugando-se aqueles três factores, a solidariedade social – ou Segurança Social – por cuja sustentabilidade tanto se teme, teria longevidade assegurada.

domingo, 10 de outubro de 2010

Construir pelos alicerces

As incertezas a nível económico-financeiro continuam por esse mundo, sem que nenhum economista arrisque um fim. Nenhum dos problemas que se vão inventariando parece encontrar solução, mormente os que se referem à erradicação da pobreza e ao endividamento dos países, muitos deles para além do aceitável ou sustentável. Colmatam-se brechas aqui, abrem-se outras acolá, agravando-se dramaticamente a situação se uma qualquer catástrofe natural aparece. E continua-se a não assumir que os modelos económico-financeiros que nos acorrentam a todos não são adequados à resolução dos problemas que afligem a humanidade. Mas quando é que os experts em economia e finanças conseguirão, a nível mundial, "dar o salto" qualitativo e aceitar como válidos os pressupostos aqui defendidos para a mudança em ordem a obter uma humanidade bem gerida, humanidade onde haja harmonia social e não conflitos como os que nos são a toda a hora anunciados nas televisões? Isso seria reconstruir as sociedades com outros alicerces que não estes onde residem todos os males, não pensando apenas em reconstruir telhados cujas telhas se vão partindo, nos modelos actuais...
Espera-se o "milagre". Oxalá seja em breve!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Uma outra música!

Hoje é o Dia Mundial da Música. A música é, sem dúvida, uma das mais belas artes inventadas pelo Homem e que mais fortes emoções cria no espírito humano. Lembremos, em clássica, apenas o Requiem de Mozart ou a 9ª de Beethoven. Mas, aqui a música é outra: trata-se de congeminar, apregoar e tentar impor - pela via pacífica, está claro! - novos modelos económicos que, universalmente, dêem sentido à vida das pessoas, seja nos países desenvolvidos, criando-lhes menos stress, seja nos sub-desenvolvidos, permitindo-lhes ter o indispensável para terem uma vida humanamente aceitável: casa, comida, educação, saúde. Leiam-se os textos do blogue e tirem-se conclusões. Mas que ninguém cruze os braços. Haja participação e envolvimento! Quem sabe se não conseguiremos em breve cantar, na economia, outra canção que não esta que nos impõem sistemas bancários, FMIs e outros?