segunda-feira, 30 de maio de 2011

As perversidades da democracia (1/3)

Já dizia Churchill: “A democracia é um mau sistema político, mas é o menos mau de todos”. E o problema das democracias são, afinal, os próprios partidos que delas naturalmente brotam, tornando-se na primeira daquelas perversidades. Bem analisadas as coisas, os partidos são anti-democráticos porque não deixam que o povo se exprima livremente, escolhendo os seus representantes, sendo estes impostos pelas cúpulas partidárias, muitos deles – ou todos? – da área do aparelho, com alguma formação, é certo, mas, sobretudo, com muita facilidade no falar e em denegrir as ideias dos outros com argumentos que sempre conterão alguma verdade... (Ah, como é fácil falar e criticar e não fazer nada!) E é no interior dos partidos – e não na população real – que tudo se joga: o poder, a oposição, os interesses de cada um e dos amigos, os boys ou girls, a corrupção. E chovem, para aqueles, empregos, mais ou menos forjados, sempre bem remunerados, obviamente na esfera do poder, o mesmo é dizer do Estado, atingindo despesismos incomportáveis. E é o povo que tudo paga do seu bolso com impostos cada vez mais gravosos, pois, de cada vez é necessário mais dinheiro para as “indispensáveis” despesas de funcionamento: os assessores e assessoras dos ministros e secretários de Estado, por exemplo, contam-se às centenas! O mesmo se passa ao nível das autarquias com inúmeras empresas, algumas fictícias ou quase, para empregar familiares e amigos afectos ao partido no poder... E o povo nada pode fazer! Pior: todo esse pessoal se “renova”, isto é, muda conforme o partido que, com o voto do povo – povo que cada vez se abstém mais, pois não se revê no sistema e sente-se por ele enganado – se instala no poder, sendo, no entanto, o substituído despedido com chorudas indemnizações! É demais!
Outra perversidade são as nomeações para cargos públicos, como gestores de empresas públicas e PPP (Parcerias Público-Privadas), pela cor partidária e não pela competência. Um escândalo, como escandalosos são os salários e as mordomias que auferem, sendo eles próprios a propô-los ao Governo que, obviamente, os aceita, recebendo ainda prémios de produtividade quando as empresas que administram dão continuados prejuízos...
Procuraremos, depois das críticas, construir um modelo de democracia genuína. Esta que nos impõem está cheia de vícios, sendo, sem dúvida, mais um produto do sistema perverso económico-financeiro que rege o mundo e contra o qual aqui nos debatemos!

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