terça-feira, 26 de abril de 2011

Carta aberta ao Sr. Presidente da República

«Sr. Presidente,
Já que fomos obrigados pela incompetência dos agentes políticos – todos incluídos! – a ir para eleições,
Já que nenhum dirigente partidário oferece credibilidade para, seja qual for o resultado das eleições, formar um governo de unidade nacional como se impõe, de momento,
Já que Portugal só parece ser governável com um governo apartidário ou supra-partidário,
Já que não se levanta em Portugal nenhum movimento popular, como na Islândia, impondo um tal governo que ponha ordem em todos os agentes políticos incompetentes que têm de passar pela vergonha – vergonha que é cúmplice com todo um povo que os elege! – de serem ensinados pelo FMI a fazerem as contas "de casa"...,
Cabe-lhe a si, Sr. Presidente, tomar a iniciativa, no exercício da sua magistratura activa e no espírito da actual Constituição, como diz o Prof. Jorge Miranda, dizer ao País, mesmo antes das eleições, que não nomeará qualquer um dos líderes partidários para primeiro ministro, mas uma personalidade credível da área do partido mais votado, personalidade que formará o tal governo de unidade nacional, governo que execute o programa do FMI, faça todas as reformas profundas que é necessário fazer em todos os sectores da vida nacional, obtendo simultaneamente o compromisso escrito com a maioria dos partidos, sobretudo PSD e PS, de nenhum boicote por parte da Assembleia da República às severas medidas adoptadas, incluindo, obviamente, a redução de deputados para o máximo de 180, segundo a Constituição.
Por favor, cumpra este seu dever para com Portugal!
Cumprimentos.»
Se uma boa parte dos portugueses enviasse ao Presidente uma carta como esta, seria um acto de patriotismo muito mais importante e significativo do que ir votar (em quem, se nenhum deles é credível?) ou votar em branco (os votos em branco não são contados para coisa nenhuma – trabalho inútil, portanto!) ou simplesmente abster-se – acto desagradável para quem o motivo não é a preguiça mas o não ter ninguém em quem se reveja como patriota credível que queira realmente servir Portugal e não servir-se...
Quem concordar, avance! Basta ir ao Google e clicar em “Escreva ao Presidente”.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Não pagamos ou renegociamos a dívida?

Há quem, perante o escândalo dos especuladores que emprestam dinheiro, lance o slogan “Não Pagamos!”. Mas talvez fosse mais cordato insistir no “Renegociamos!” O exemplo veio da Islândia.
A Islândia – um pequeno país, ilha com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças às “magias” bancárias – foi o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira, em 2007, por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Praticamente os mesmos motivos pelos quais tombaram a Grécia, a Irlanda e Portugal. O Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder desde a sua independência em 1944, levou o país à miséria, pactuando com a corrupção que grassou no país, sobretudo a nível bancário, e, aflito, pediu ajuda ao FMI. Claro que este aceitou ajudar a troco de empréstimos a juros elevadíssimos, a começar em 5,5%, traduzindo-se num empenhamento das famílias islandesas pelo menos a 30 anos, sendo uma parte substancial do empréstimo utilizado para pagar o buraco financeiro do Banco Islandês!
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos. Nunca o povo anónimo!
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições usurárias do FMI. Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições. Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística!) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia. Daqui saiu um Governo totalmente renovado, dirigido por uma Mulher – as mulheres são mais capazes de grandes feitos que os homens! – com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental. Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos e uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não cortar nos serviços públicos essenciais, separando-se o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para satisfazer clientelas partidárias. As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos de que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos.
O FMI aceitou. E a Islândia foi o exemplo de como se deve recorrer à ajuda externa, tendo saído da recessão em menos de dois anos, sem se tornar escrava dos especuladores internacionais, a começar ou a acabar no FMI!
Ah, quem dera que Portugal lhe seguisse o exemplo!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bem-vindo sejas, FMI!

Com a vergonha de uns políticos assessorados por boys bem pagos que não sabem fazer contas, com a vergonha de uns governantes e de um presidente que não sabem fazer consensos para bem conduzirem o País, com a vergonha de um povo que continua a votar em todos esses “senhores”, eis que chegou “alguém” que vem pôr ordem “nisto”! Ora, se vem pôr ordem, se vem impor leis correctas, obrigando a abolir as selvagens existentes que tudo permitem aos “senhores” que as fazem..., bem-vindo seja!
Os desmandos e escândalos estão todos largamente inventariados. Vamos então a ver como se comporta em relação a eles, o nosso “convidado”!
Redução em c. 50% do dispêndio (mordomias de adornos de salões, carros, assessores, boys e girls, subsídios de representação, etc., etc.) com o aparelho do Presidente, o aparelho do Governo (menos ministros), a Assembleia da República (menos deputados), os partidos (fim das subvenções), os salários dos gestores públicos, as PPP (renegociação), os Institutos, os prémios de produtividade em empresas deficitárias (fim do escândalo!), as empresas municipais, as regiões autónomas (proibir umas e outras de se endividarem!), as reformas milionárias já existentes e ainda programadas, sobretudo as obtidas com “meia-dúzia” de anos de serviço (deputados, Banco de Portugal, CGD, etc.), as indemnizações por abandono do cargo com a mudança de Governo, as nomeações político-partidárias para qualquer cargo público (devendo ser feitas apenas e só pela competência e por concurso). E tudo o mais onde reina o escândalo, o compadrio, e onde o povo nada pode fazer senão abster-se nas eleições desses senhores que dizem servir o País e apenas se servem dele e o tornam mais injusto e menos competitivo! E, na competição, apelo ao trabalho produtivo, à iniciativa produtiva, ao consenso entre os parceiros sociais, à proibição das greves em sectores deficitários públicos e privados, à implementação de penas severas para com os sindicatos que numa greve não asseguram os serviços mínimos, ao despedimento com justa causa de grevistas que impeçam outros de ir trabalhar, à proibição de greves em sectores que impeçam, em cadeia, outros de trabalhar (maquinistas da CP, etc.), fim das centrais sindicais que não têm qualquer razão de ser, fim de vários sindicatos no mesmo sector de actividade! E ainda, revisão completa do Código Penal, reescrito por professores de português e não por advogados que elaboram leis de tal modo confusas e permissivas que só eles as entendem e só eles sabem como defender até ao limite os criminosos, indo de tribunal em tribunal, arrastando anos os processos! Implementação, em todos os sectores do Estado, Trabalho por objectivos e Avaliação de desempenho feita por entidades credíveis, com fortes penalizações para quem tiver mau desempenho! E ainda a reforma administrativa do território (redução drástica de freguesias, eleições nominais e não partidárias, etc.). Um grande ETC!
A tarefa é gigantesca! A revolução fantástica! Só têm medo do FMI os instalados! Esperemos que não congele salários e pensões baixos e que não corte nos benefícios sociais dos pobres, pobres que não viram as costas ao trabalho...
Claro que estamos no Reino do Capitalismo! Mas que melhor podemos fazer enquanto o sistema – contra o qual aqui lutamos e cuja alteração radical aqui propomos! – for este a nível mundial?

domingo, 3 de abril de 2011

E agora, Portugal?

Não poderia, nesta hora de crise, deixar de me associar ao que circula no facebook e não só. Goradas que foram as expectativas da formação de um GOVERNO DE INICIATIVA PRESIDENCIAL por Cavaco Silva, eis a voz, se não de todo, pelo menos de uma boa parte do povo:
«E agora, Portugal?
O PR, entrou pelo caminho mais fácil e mais favorável! Fazer um GOVERNO DE INICIATIVA PRESIDENCIAL, convidando os melhores, dava muito trabalho e poderia macular a sua “imaculada” aura. Assim, os outros que assumam a responsabilidade e que trabalhem! É: um bom emprego com o menor trabalho possível é o que é o do actual presidente! E o povo? – O povo que trabalhe ou... se trabalhe! Afinal, ao contrário do que dizem alguns sábios (conselheiros e líderes partidários – os únicos, com o PR, a quererem eleições!), teria sido simples: os partidos indicavam dois ou três nomes, o PR escolhia outros tantos e aí tínhamos um Governo de consenso. Enfim, os GRANDES HOMENS DEFINEM-SE NAS GRANDES DIFICULDADES! Infelizmente, Portugal não teve essa sorte!
Posto isto, o que podemos – nós o povo! – fazer! Se o PR não quis meter as mãos na massa, se os partidos, nenhum merece credibilidade e, como já foi afirmado por muitos, não se vão renovar por dentro para a merecerem, só nos resta não ir votar: ABSTENÇÃO EM MASSA!
Assim, forçaremos a revolução necessária para que esta democracia deixe de ser uma partidarite e se torne realmente democracia! E forçaremos um governo que ponha o país e os cidadãos e suas estruturas nos eixos! É que nada funciona, caramba! Todos a servirem-se e ninguém a servir o País, dizendo, hipocritamente, servi-lo!...
E denunciar, nada adianta! Os senhores instalados ouvem e fazem de conta... Veja-se o link:
http://www.youtube.com/watch?v=pb8sZR-bI6o
Enfim, os jovens em vez de se manifestarem – o que nada adianta! – avancem é para o PARTIDO DA JUVENTUDE PORTUGUESA para tomarem nas mãos o seu futuro e o futuro deste país! Só eles são a esperança da mudança! (Para base de um possível programa de governo sujeito, embora, a alterações mais radicais - PPP, Institutos, Ministros, Assessores e Deputados, Código penal, Lei da greve, Salários de gestores públicos, Subvenções dos partidos, etc., etc, - ver VISÃO, nº 940 de 10-16/03/2011.)
Haverá por aqui alguém que os leve a darem o primeiro passo? E, entretanto, não é o FMI o único capaz de vir pôr ordem nestes governantes e políticos que (des)governam Portugal?»
Estou convicto de que muitos subscreverão estas palavras. Eu subscrevo!