segunda-feira, 15 de novembro de 2010

“A Whole New Mind”, bestseller ou... mais do mesmo? (2/2)

Afinal, Pink não apresenta nenhuma ideia revolucionária: apenas pretende defender o mundo ocidental do “inimigo asiático”, produzindo mais, melhor e de forma diferente para ser mais dificilmente copiável! Nada de atacar os reais problemas causados pela globalização; apenas explorar a capacidade sempre insatisfeita do ser humano que não resiste a coisas novas, desde que tenha acesso a elas e as possa adquirir, nem que para isso tenha de se endividar ou trabalhar 10 a 12 horas por dia! Nem resolve o problema do desemprego não só nas sociedades às quais são dirigidas as soluções propostas, mas também, e muito menos, a nível global. Não olha para além do seu umbigo – o umbigo americano! Acabar com a fome a nível global? – Nada! Controlar a espécie humana para que não se torne infestante? – Nada! Controlar o esgotamento dos recursos naturais e o aquecimento global? – Nada! Controlar os desmandos financeiros do sistema actual? – Nada! Apresentar propostas alternativas ao endividamento externo dos países que, vivendo acima das suas possibilidades, i. é., gastando mais do que lhes permite a riqueza que produzem..., criam, a médio prazo (10, 20, 30 anos!), a própria insolvência? – Nada! Verberar os contínuos OEs aprovados, anualmente, sempre com défice (na União Europeia, estabeleceu-se o tecto de 3% do PIB, mas muitos países ultrapassam-no frequentemente...) hipotecando as gerações futuras aos tomadores da dívida, dívida que, pelo menos, se vai acumulando a 3% ao ano? – Nada!
E, então, ainda acham que este livro, com o seu autor, deve ser bestseller e traduzido, qual Bíblia, para mais de vinte línguas?

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