Todos estamos tiranizados pelo lucro. As sociedades estão organizadas para que toda a economia dê lucro e, através dele, se desenvolva, aumente o PIB per capita, seja competitiva, crie recursos para se criarem novas empresas e, com elas, novos postos de trabalho, aumentando o bem-estar das populações, satisfazendo as suas legítimas aspirações. Até parece estar tudo certo. Mas não! Pensando à escala global, visando uma humanidade sustentável num mundo sustentável, estará quase tudo errado.
Primeiro, deveria pensar-se que o PIB de um país não pode continuar a crescer indefinidamente. Como já frisámos noutros textos (mas voltaremos ao assunto), os impactos negativos a nível global ambiental que isso produz não serão, a curto-médio prazo, sustentáveis; assim, as sociedades e os povos já desenvolvidos não poderão continuar a ser aliciados pelos seus governantes para esta insustentável subida contínua do nível de vida. Segundo, sujeitam-se os agentes económicos a um stress que não gera qualidade de vida: nem pessoal, nem grupal e muito menos familiar: os pais, absortos na sua profissão onde têm de ser altamente produtivos para que as suas empresas sejam competitivas à escala global, trabalhando horas para além do humanamente aceitável, ficam sem tempo para o que lhes deveria ser mais caro e mais absorvente: os filhos. A todos os níveis: afectivo, desenvolvimental, físico e psicológico, num saudável equilíbrio entre uns e outros. Já nem falamos das penalizações de que, nas suas empresas, são vítimas as mulheres que engravidam e que, por isso, se retraem nessa função, função primordial, já que sem ela a espécie não sobrevive.
Enfim, fossem outros os padrões de sociedade, outros os modelos económico-financeiros, bem diferentes destes que nos acorrentam a todos, e o mundo seria mais feliz. O Homem viveria mais em equilíbrio consigo mesmo e com a Natureza de que, no fim, depende totalmente: terra, água, ar, luz e... calor! É que a qualidade de vida afere-se muito mais pelo SER do que pelo TER a que nos convida permanentemente este ambiente social, controlado pelo desregrado modelo económico-financeiro, em que vivemos.
A mudança urge, pois!
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
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Olá!
ResponderEliminarPassando pra te desejar
uma ótima tarde!!!
Concordo completamente que esse paradigma do crescimento ilimitado do PIB é um disparate ... do qual estamos reféns.
ResponderEliminarEscrevi irónicamente sobre isso, aqui
http://jarrapensativa.blogspot.com/2011/01/e-o-pib-e-depois.html
Vou voltar a passar, gostei!
As empresas e os governos querem somente a melhor e maior fatia do bolo enquanto o povão pena conseguir um salário mínimo que talvez sejá de R$ 545,00.
ResponderEliminarEssa "MERRECA", digamos assim, deve ser para alimentação, saúde, moradia e educação. Porque lazer a classe baixa não tem.
Tudo isso podemos somer aos impactos ambientais e que prejudicarão todos, mas com certeza e um nível maior e mais danoso para os mais necessitados.
Obrigado, Michelle, pelos votos de ótima tarde, obrigado "Jarra pensativa" pelo seu acordo, obrigado "Pensandonodiaadia", pela visita!
ResponderEliminarVou continuar a lutar aqui para que o mundo mude estes modelos que só geam desequilíbrios, injustiças, insustentabilidade. Confio essencialmente nos jovens como autores-fazedores dessa mudança. O exemplo que vem do Cairo é encorajador. Se os jovens não tomarem nas mãos esta tarefa, e à escala global - o que se tornou fácil graças ao facebook e meios afins - os conservadores adultos nada mudarão pois perderão suas benesses e regalias em detrimento do todo global: ambiente e sociedade! Haja esperança! Haja luta!
Saudações!
Francisco
Continuar a lutar para que algo mude. Ainda há
ResponderEliminarpovos que o fazem. Em Portugal tirando as greves
controladas pelos sindicatos contralados por
partidos políticos ou pequenas manifestações
de grupo, poucos mostram estar interessados
em lutar. Parece que se baixou os braços ou
a indiferença é a mais forte.
Um beijinho amigo
O TER tomou conta do SER e a solução para que tal não aconteça, está em cada um de nós.
ResponderEliminarMuitos protestam, criticam e apontam o dedo, mas permanecem sossegados no seu canto e alguns limitam-se a criticar os sindicatos que, apesar de algumas deficiências, são os únicos que se expõem na defesa dos trabalhadores mais desprotegidos.
Foram-se os sonhos e os ideais deram lugar a este desânimo, que tem de ser combatido não só com palavras mas também com atitudes.
Olá, Irene! Prazer em vê-la por cá.
ResponderEliminarOs sindicatos lutam mas desastradamente! Veja-se a greve geral de Novembro do ano passado, veja-se esta greve selvagem - nem os serviços mínimos asseguraram! - dos transportes que prejudicaram centenas de milhar de cidadãos, sorrindo e vangloriando-se da elevada adesão. Aliás, tanto uma como outra inúteis e prejudiciais ao país e aos trabalhadores: só serviu para os sindicatos se afirmarem! Está tudo errado! A luta tem de se fazer ao nível das ideias, com modelos bem estruturados para serem credíveis. O modo de actuar talvez seja imitando o exemplo do Egipto. E a nível mundial, claro!
Francisco
Olá, caríssima "Pé de Salsa"! Quando libertará a capa que esconde o seu nome?
ResponderEliminarQuanto aos sindicatos não creio que sejam solução para a defesa dos trabalhadores. Ultimamente só têm feito selvajaria, conotados que estão com os partidos de esquerda que se esvaziaram de ideias credíveis e consistentes.
Aí, por Aveiro, há que ir à Universidade e motivar os jovens para tomarem conta da "revolução": novos modelos políticos e económico-financeiros precisam-se. Haja quem lhes dê estrutura e os torne credíveis para serem aceites no país e no mundo!
Francisco
Estamos de acordo amigo Francisco.
ResponderEliminarE esta moção de censura do Bloco de Esquerda?
Ridícula...atiram com a moção para daqui a 1
mês e depois andam a pedir aos deputados do
PPD/PSD para não a votarem.Ao ponto a que os
partidos políticos chegaram em Portugal...
Um beijinho.
Olá Francisco. Obrigada pela visita, pelo cumprimento e pela pronta resposta.
ResponderEliminarSobre os sindicatos... cada um tem as suas convicções. Eu ainda acredito que a união faz a força e sei que os trabalhadores desorganizados nada conseguem.
Não devemos olhar para o trabalho de um sindicato apenas pelas greves, bem ou mal sucedidas, que convoca.
Pode não parecer mas, quando necessário, os sindicatos estão "lá" para lutar de todas as formas possíveis em sua defesa. Há trabalhadores muito "maltratados" por alguns "patrões" e, nesta fase, se não existissem os sindicatos, a taxa de desemprego seria bastante mais elevada.
Sobre a "revolução" que sugere, para que seja feita pelos jovens universitários, talvez daqui a alguns anos isso aconteça. Quem sabe!
A "crise" não está instalada apenas em Portugal mas na maioria dos países que nos rodeiam.
Se os jovens não se motivam a si próprios, a obrigação de os incentivar caberá principalmente aos professores, o que não tem vindo a acontecer.
Os nossos jovens não têm sido educados e conduzidos para assumirem riscos, limitando-se, muitos deles, a concorrer a "empregos" cada vez mais inexistentes.
A estrutura e a credibilidade para serem aceites no país e no mundo, só pode partir e ser demonstrada pelos próprios.
Tenho a certeza que, a partir daqui, tudo vai mudar e melhorar. É pena que tantas famílias sofram com a situação que atravessamos. No entanto, estou convencida que "há males que vêm por bem".
Francisco, boa noite e um bom início de semana.
"Pé de Salsa"