segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Os caminhos perversos do dinheiro

Falemos como se fora divertimento. É sempre bom sorrir, mesmo da perversidade...
Poucos, creio, se questionarão sobre o que fazem ao dinheiro, dinheiro que não gastam, os que ganham – ou roubam? – fortunas, sejam eles gestores, administradores, donos, patrões, políticos, etc. Pois bem: nos círculos de sociedade, a pergunta repete-se, embora o segredo seja a alma do negócio: “Amigo, onde puseste o teu dinheiro a render?” Desde os investimentos na Bolsa de Valores ou em fundos de fraco, médio ou alto risco (nestes ganham-se e perdem-se fortunas!) oferecidos pelos bancos e instituições financeiras, até ao imobiliário onde se compra por 10 e se vende por 10+X, fazendo mais-valias que vão avolumar o bolo já enorme..., tudo se refere em conversas que tais. Uns vangloriam-se do sucesso, outros lamentam-se do fracasso e da tirania dos mercados onde há sempre os que têm informação privilegiada...
Conclui-se, pois, que, depois de terem casas de luxo, carros de luxo, e mais luxos que não vale a pena referir, o dinheiro deles – os ricos – é utilizado apenas para fazer mais dinheiro! Em tempos medievais, dir-se-ia que cometiam o grande “pecado” da usura. Hoje...
Com pecado ou sem ele, é bom de ver que está tudo errado! Não houvesse exploradores e explorados, fossem equilibrados os salários entre empregadores e empregados, a riqueza mais bem distribuída, e não haveria fortunas desnecessárias onde o dinheiro perde a sua fundamental função: adquirir os bens necessários à vida ou, se quiserem, e mais abrangentemente, servir de apoio à inovação, à produção, à exportação, ao consumo. Aliás, o stress causado aos investidores pela incerteza dos mercados – sempre especulativos! – não lhes permite grande qualidade de vida: a ansiedade é permanente... É, pois, necessário mudar de modelos económico-financeiros para que se acabe com o sistema! E urgente, em nome da sustentabilidade social global! Os novos modelos terão de ser bem estruturados, abrangentes, universais, para convencimento geral, dos “espertos” mas também dos néscios, dos senhores mas também dos dependentes, dos governantes mas também dos governados, seguindo a linha já referida em textos anteriores. Cremos que a missão de tal proposta caberá, principalmente, às universidades.
Que o mundo ficaria melhor, não há dúvida! Que o Homem seria mais feliz, é para nós, uma certeza.

7 comentários:

  1. Olá !

    Vim agradecer a presença , as palavras e
    o convite.
    Gostei daqui.
    Sigo com Alegria ... :)


    Desejo uma tarde cheia de Paz.

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  2. Olá!
    Obrigado por sua visita e palavras,ter sua presença é uma alegria para mim.
    Agradeço o convite, é com satisfação que
    Sigo aqui...

    Excelente tarde!!!

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  3. Já não temos o que ganhamos, quando o que trabalhamos deixaram na rede do esquecimento...
    Pagamos o que não usufluimos, comemos da sobra que não temos, levadas para o mes seguinte. Que rendimento que temos?

    Estava em viaja de férias, mesmo entre sufoco é preciso se não impossível aguentar o arroxo. Qdo terminar de pagar, outra prestação haverá de entrar. Circulo vicioso da vida e ainda temos que colocar um falso sorriso na bolsa e dizer: É preciso rir da cara do perigo.

    Obrigada pela tua visita.

    te seguindo.

    Bjs

    Livinha

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  4. Tem sido difícil...

    Possivelmente por falta de hábito, tenho tentado entrar na sua "casinha" mas... sem sucesso!
    Será que é hoje?

    Gostei muito dos comentários com que me brindou. Muito obrigada.

    Bem, sobre este magnífico texto, estou plenamente de acordo.

    Vai demorar algum tempo, até que o fosso entre exploradores e explorados se vá diluindo mas, é obrigatório, que se comece a preparar o caminho para um melhor futuro dos nossos jovens e crianças.

    Obrigada pela companhia.
    Bjo

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  5. Olá, Livinha, olá, Pé de Salsa!
    Como vêem que podemos revolucionar o mundo com novos modelos económico-financeiros que não nos imponham uma vida de escravidão aos interesses de muito poucos? Não vale a pena apenas constatar que estamos agrilhoados; temos de lutar para que as mudanças apareçam. Vêem outro modo - não violento, está claro! - diferente do que vamos preconizando por aqui?
    Francisco

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  6. Olá Francisco,

    Boa pergunta de difícil resposta.
    No entanto, penso que a solução para alguns dos nossos problemas, terão a ver com: melhor educação, combate feroz à corrupção, políticos competentes, melhor justiça (em que os juízes não sejam tão politizados) e uma imprensa com qualidade.

    Educação
    Durante os últimos anos temos vindo a educar as nossas crianças e jovens com demasiadas facilidades.
    Desde o ensino básico ao universitário, não se tem vindo a incutir o sentido de responsabilidade enquanto pessoa, do valor da família e dos amigos.
    De um modo geral, os infantários e creches funcionam bem mas, a partir do básico, há muitas lacunas.
    Este governo tem alterado um pouco a situação relativamente às deslocações constantes dos professores mas, existe outro problema que tem a ver com os profissionais da educação. Muitos deles, deviam ter escolhido outra profissão, já que é notória a sua falta de sensibilidade e jeito para tratar e educar crianças e jovens.
    A fraqueza do nosso sistema de ensino, não está só nos programas e nos alunos “fraquinhos” mas, também, em alguns professores menos bons. Sinto que lhes falta aquele orgulho, aquele gosto em ensinar bem e obter bons resultados. Se são todos “avaliados” da mesma forma ou quase, ganhando o mesmo, para quê esforçarem-se? Só mesmo aqueles que gostam muito do que fazem conseguem chegar aos alunos e atingirem os seus objetivos.
    Um professor é muito bom quando consegue transmitir os seus ensinamentos aos alunos, com entusiasmo e não, apenas, porque sabe muito.
    Penso que, nas universidades, se tem vindo a detectar uma carência que é a de incentivar os alunos no sentido de serem empreendedores, inovando e assumindo algum risco, lutando assim por um futuro melhor para si e para os seus.
    Reparo que, ao saírem das universidades, a ambição de uma grande parte dos alunos que concluem os mais variados cursos, resume-se a conseguirem um empregozinho numa instituição financeira ou similar.
    Com tudo isto, somos obrigados a admirar alguns empresários que, apesar de não investirem em si próprios e na inovação da sua empresa e equipamento, tiveram a coragem e ousadia de se aventurarem. Claro que, deste modo, continuaremos a viver num país em que muitas das empresas são consideradas pouco rentáveis, embora, no estrangeiro, os trabalhadores portugueses estejam entre os melhores.

    Corrupção
    - Na maior parte das vezes, é camuflada, e muitas das leis aprovadas pelos políticos e feitas à sua medida e dos familiares e amigos, tem vindo a cavar um fosso ainda maior entre pobres e ricos.
    A justiça portuguesa, é para mim, um dos maiores cancros na nossa sociedade.
    Corrupção, quebra de sigilo, juízes intocáveis que mais parecem “deuses” e que se movimentam nos meios políticos, adiamento das sessões de julgamentos, na hora, mesmo quando, antecipadamente, é do conhecimento público que os mesmos não se irão realizar. Nestes casos, considero vergonhoso que os intervenientes tenham obrigatoriamente de comparecer e não sejam ressarcidos das despesas com as ausências ao trabalho e deslocação.

    Política
    Nem sei o que dizer mas, a qualidade dos nossos políticos tem vindo a decrescer e não consigo vislumbrar qualquer luz ao fundo do túnel, sendo que, os mais aptos, preferem afastar-se da mediocridade.

    Imprensa
    Muito deficiente. Enquanto não se exigir mais qualidade e responsabilidade, continuaremos a ter uns “fazedores” de más notícias, que só gostam de mostrar o pior do melhor e do pior. Talvez, de um modo geral, a população contribua para isso, mas gostaria de ver uma imprensa mais culta e positiva e menos alarmista.
    O desânimo instalou-se nos portugueses que deixaram de acreditar.
    O que fazer?
    Para mim, torna-se imprescindível que sejam efectuadas algumas campanhas sérias de sensibilização para educar e contrariar tudo isto.

    Educação. Cultura. Justiça. Seriedade. Firmeza.
    Precisa-se!

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  7. Olá, Caríssima "Pé de Salsa"!
    A sua análise está magistral. Mas, como já estou cansado de me martirizar com todos os males que aponta - e bem! - , resolvi passar mais à acção. O exemplo do Egipto é contagiante. Assim, eu confio nos jovens para tomarem nas mãos a grande tarefa de mudarem o "regime", regime em que estes adultos conservadores e interesseiros, só recebendo benefícios da situação, jamais pretenderão fazer reformas de fundo nos campos que apontou. Neste sentido, encontrei um blog onde já escrevi e que aconselho:
    http://outrapolitica.files.wordpress.com
    Tentarei, através deles, implementar esta ideia da juventude, sobretudo das universidades de economia onde se elaborem modelos bem estruturados capazes de galvanizar os jovens de todo o mundo, apoiados no facebook e similares, para obrigarem a uma revolução em ordem a manter um Planeta sustentável a nível ambiental e também social. De outro modo, não só não sairemos da beira do abismo como cairemos mesmo nele!
    (Estas são ideias que advogo no meu livro "Um Mundo Liderado por Mulheres", livro que creio lhe interessará folhear.)
    Saudações.
    Francisco

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