Antes de abordar o assunto, permitam-me recordar que os textos-base deste blog – Sustentabilidade 1-7 e Modus operandi 1-7 – foram publicados em Julho/Agosto de 2010. A quem só há pouco aqui chegou, sugeria-se uma releitura daqueles textos para melhor se integrar na dinâmica da mudança que se propõe. Posto isto, o assunto de hoje.
Visando uma nova sociedade, com novos modelos económico-financeiros que determinariam, obviamente, novas políticas, preconiza-se um plafond de riqueza para os indivíduos singulares e também para as sociedades empresariais que não quisessem reinvestir os seus ganhos. Mas, sobretudo, para aqueles. Nada justifica, em nome de uma suposta liberdade de enriquecimento, permitir tal coisa a indivíduos dentro de uma sociedade bem organizada: as liberdades têm de ter limites, além de que “A minha liberdade acaba onde a liberdade dos outros começa.”
E, enquanto vigorar o modelo económico-financeiro actual, baseado num liberalismo eocnómico e num capitalismo que, em muitos casos, é selvagem, pois sem controle de qualquer entidade credível, a nível global, ter-se-á de criar essa entidade, entidade supra-nações, aceite por todos os países, para que o controle seja eficiente. Mais uma vez, todos gritarão: “Utopia! Utopia!” É! Será utopia enquanto o Homem quiser! Enquanto as massas pobres e famintas da Terra não se levantarem e, mesmo morrendo em combate – pacífico ou violento?! –, não tolerarem tal estado de coisas, (o exemplo acaba de nos chegar do Egipto!), depondo de seus pedestais todos os senhores da Terra que a controlam, tendo usurpado o Poder e constituído leis que os protegem e protegem esses mesmos poderes. E, infelizmente, com o beneplácito, e mesmo com o voto do mesmo povo. Enganado, está claro! Rendido ao fatalismo que lhe inculcaram na mente, apoiando-se tais senhores nas religiões que pactuam com tais regimes... O maior escândalo é-nos chegado da Índia e do hinduísmo: quem se revoltar contra a sua situação actual, na próxima encarnação será castigado e será ainda pior ou deixará mesmo de pertencer à raça humana, encarnando em bicho ou verme... O cúmulo! E, assim, minhas senhoras e meus senhores, os párias jamais se revoltarão contra a classe dirigente, sacerdotal e guerreira, classes que saíram da cabeça e do braço do Deus-Criador Brama, quando os párias saíram de seus pés, para sempre rastejarem aos pés daqueles...
Ah, quem levara a essas centenas de milhões que assim vivem acorrentados nas suas consciências, a luz da Ciência e do Conhecimento!...
domingo, 13 de fevereiro de 2011
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Olá Francisco,
ResponderEliminarTenho vindo a lê-lo. Vale a pena debruçarmo-nos sobre algumas das suas ideias e pensar seriamente nelas e na melhor forma de lhes dar vida.
Vou continuar a fazê-lo e, quem sabe, passar o tempo a correr menos e a reagir mais.
Já sonhei assim e lutei, à minha maneira, por um mundo novo, em que as injustiças e as desigualdades entre pobres e ricos, não fossem tão gritantes.
No entanto, chega-se a uma fase da vida, em que damos connosco a pensar se vale a pena continuar a lutar, por quem, por vezes, até não nos compreende.
Gosto do que escreve.
É uma espécie de “lufada de ar fresco” nos habituais conteúdos dos blogues.
Obrigada.
“Pé de Salsa”
Olá, Caríssima!
ResponderEliminarA luta, para quem está convicto das suas ideias, é o que dá sentido à vida. Se não, seremos mais um que passou pela vida, "comeu" e morreu sem nada de bom ter deixado ao mundo. Eu gostaria de não ser esse mais "um"! Embora não creia na eternidade (veja o meu outro blog), nem em recompensas ou castigos eternos, o facto de lutar dá-me o sentido de que a vida só vale a pena se a não passarmos, só usufruindo, sempre olhando para o nosso umbigo, ignorando o que vamos deixar para os vindouros ou o que se passa à nossa volta. O apelo que lhe faço, se mo permite, é que não desista de lutar. Creio que, assim, se sentirá mais feliz porque mais contente consigo mesma.
Saudações
Francisco
Olá Tio!
ResponderEliminarEm primeiro lugar, muitos parabéns pelos seus blogues que expressam ideias novas e refrescantes que considero bastante úteis e decisivas para o alcance de uma sociedade igualitária.
No que toca ao post em concreto, acho que o tio abordou uma questão um pouco dúbia. Por um lado concordo plenamente com o tio, no que toca a estabelecer um plafond quanto riquezas com alicerces inundados em corrupção, na qual se inserem os casos que o tio falou. Outro exemplo a destacar, é o caso do claro exagero salarial dos futebolistas, que excede bastante o salário de , por exemplo, um cientista em busca da cura para o cancro.
Agora é também preciso, na minha opinião, enaltecer e prestar atenção aos factores esforço e dedicação, porque acho que este plafond não se deveria aplicar a detentores de fortunas que foram alcançadas com muito esforço e suor, como é o caso dos self-made men, que muitas vezes dividem a sua riqueza com os mais carenciados.
Resumindo, estou plenamente de acordo com o tio no que toca à institucionalização de um plafond, mas só nos casos em que se verifique corrupção ou injustiça, porque quando determinada fortuna é merecida e foi conquistada por um indivíduo através de uma boa conduta moral, então acho que seria injusto retirá-la por mais excessiva que seja.
O que é que o tio acha?
Fico bastante contente por ver que o tio deseja mudar a sociedade em que vivemos que precisa claramente de se reerguer apoiada em novos princípios e valores, e acho que o tio tem feito um óptimo trabalho nesse sentido divulgando e difundido as suas sugestões, que têm vindo a ter muitos adeptos!
Já agora aproveito para lhe dizer que eu e um amigo criámos um blog: http://solucoesdedoisquetentampensar.blogspot.com/ que ainda só tem um post, e no qual nós abordamos e debatemos problemas, apresentando algumas soluções face a problemas que notamos na nossa sociedade.
Cumprimentos angolanos,
J. R. Catana