Pretendendo este blog ser apenas de discussão de ideias, os escândalos que se refiram terão a função de alertar para que outras soluções surjam mais justas e menos corruptas. É o caso dos bancos.
O sistema actual obriga-nos a guardar o dinheiro nos bancos. Ora, seria suposto que “eles” tratassem bem dele e nos dessem em troca uma boa remuneração, enquanto o lá mantemos. Mas... não! São intermediários que, altamente remunerando-se, prestam um péssimo serviço quer aos depositantes quer aos que a eles recorrem para empréstimos. Entre solicitações para que as famílias e os indivíduos se endividem, emprestando a juros proibitivos – gananciosos! – comprando, a crédito, casa, carro, electrodomésticos, férias..., parece que vários tipos de corrupção, favorecendo amigos (Toma lá esta declaração e o teu empréstimo considera-o pago, pá! Somos amigos ou não?! – Isto aconteceu no BCP!), são possíveis nos bancos, mesmo os considerados dentro da lei ou da normalidade. Que leis, santo Deus! Que (a)normalidade! Claro que o maior escândalo vai para as remunerações e prémios de produtividade das classes dirigentes. O exemplo mais gritante passou-se (passa-se?) com o BCP, denunciado por vários Media, mesmo estrangeiros, mas a que ninguém pôs cobro, dado o capitalismo selvagem que alimenta o sistema, com os bancos a pertencerem a meia dúzia de accionistas de referência. Assim, noticiou-se:
«Os nove executivos da administração do BCP receberam, em 2006, 26,955 milhões euros em remunerações, o que perfaz uma média de 2,995 milhões de euros por administrador. Este valor supera em mais de cinco vezes o salário médio recebido pelos executivos dos restantes bancos cotados.
No ano passado, as cinco instituições bancárias cotadas em bolsa gastaram quase 46 milhões de euros para remunerar 41 administradores executivos, o que resulta numa média de 1,1 milhões de euros por administrador. Retirando os salários do BCP da amostra, a média dos salários pagos na banca cai para 588.641 euros.»
Acrescem ainda os contratos de trabalho, prevendo indemnizações monstruosas, em caso de rescisão. O exemplo mais sonante foi o do ex-administrador Paulo Teixeira Pinto que saiu com uma indemnização de 10 milhões e uma reforma vitalícia de 35.000,00 Euros mensais (14 meses)...
Acrescem ainda, além, obviamente, dos salários dos trabalhadores, os salários volumosos dos detentores de altos cargos periféricos à administração: Revisor oficial de contas, Presidente e Vice-Presidente da mesa da Assembleia Geral, Membros do Conselho de Remunerações e Previdência, Responsáveis funcionais, dirigentes e outros colaboradores, Conselho Geral e de Supervisão, Auditor externo (Dados recolhidos da convocatória para a Assembleia Geral Anual, 2011).
E basta de escândalos!
A solução é a que por aqui vimos defendendo: lutar contra este sistema financeiro que nos acorrenta a todos, a nível global, em benefício de uns poucos que têm o desplante de estabelecerem os seus próprios vencimentos e os seus prémios de produtividade! Com o nosso dinheiro, está claro!
Todos os escândalos acabariam se o mal se cortasse pela raiz: bancos, só nacionais, com dinheiros públicos, bem geridos, servindo empresas e cidadãos! Era uma revolução! Infelizmente, por enquanto, pura utopia...
segunda-feira, 2 de maio de 2011
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