segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A tirania do sistema financeiro actual

Os governos financiam-se no estrangeiro, junto de investidores de fundos e outros, e não se podem financiar, em igualdade de processos, dentro do país pois, pagando os juros que pagam no exterior, deteriorariam a relação banco-cliente aforrador, já que ofereceria juros muito mais elevados que os oferecidos pelos bancos nacionais aos seus clientes. É dramático, mas verdade. E tão mais dramático quanto se um cidadão quiser "ajudar" o seu país terá de ir para o estrangeiro, pertencer a uma fundação de investimentos e, depois, comprar a dívida do seu país, aí, sim, recebendo os elevados juros que os países endividados estão a pagar. É o caso de Portugal neste mês de Novembro de 2010: o juro a que "vendeu" a dívida é de 6.80% ao ano, sendo tal juro pago anualmente aos credores. Para a mesma dívida vendida dentro do país, veja-se a simulação do Organismo Oficial, em relação a Outubro (28) passado:

Data de Aquisição (aaaa-mm-dd)
2010-10-28
Unidades 10000
Taxa (TNB) de juros até 5º. Ano(1): 1,400% - 109,90 €
Taxa (TNB) de juros até 10º. Ano(1): 4,850% - 1903,62 €
Taxa (TNB) de juros 10º. Ano(1): 6,100% - 4788,50 €
Totais: 109,90 € 1903,62 € 4788,50 €
(1) As taxas de juro são anuais e ilíquidas. Os rendimentos são líquidos e sujeitos à taxa de IRS em vigor à data de hoje.
Os rendimentos indicados são os acumulados desde o início da subscrição.

É incrível: até ao 5º ano, 1,4% TNB! E tem de se esperar 10 anos para ter a taxa máxima 6,10% TNB. Um escândalo imposto pelos modelos económico-financeiros que nos regem ou nos acorrentam a todos, a nível global. O mais caricato é que todos se acomodam e pagam e ninguém reage! Enfim, paga o povo pelos desgorvernantes que o desgovernam, sujeitos, no entanto, às iníquas leis do mercado financeiro que todos "aceitamos"!
Mas quando é que haverá alguém capaz de mudar radicalmente o sistema e pôr nele mais do que credibilidade, alguma justiça?

Sem comentários:

Enviar um comentário