quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Meu Deus, como tudo é claro, como tudo é óbvio? Então, porquê?...



A situação a que o mundo chegou é tal que nenhum economista arrisca prognósticos de solução para o grave problema que afecta as sociedades e o mundo: falta de crescimento do PIB, suficiente para gerar riqueza, para gerar emprego. E seria uma riqueza em espiral, pois as economias só garantem emprego, dizem os experts, se crescerem entre 2 a 3% ao ano. Ad aeternum!!!. A pergunta impõe-se: “Os países ocidentais/desenvolvidos – Europa, USA, Austrália, Canadá, etc. – não têm/produzem riqueza suficiente para colmatar todas as necessidades dos seus cidadãos?” – A resposta é “Sim!”. Até porque, em termos de crescimento, a população desses países ou está estagnada ou mesmo diminuindo. Outra pergunta já aqui formulada: “A riqueza de um país, medida pelo crescimento do seu PIB, poderá crescer ad aeternum?” – A resposta, obviamente, é não! Basta pensar um pouco em que é que se baseia o crescimento da economia, para chegar a essa óbvia conclusão: consumo interno e exportações de bens transaccionáveis. É que, como é claro, o consumo tem os seus limites e as exportações também, já que os consumidores dos países para os quais se exporta têm exactamente os mesmos limites dos consumidores produtores. Pode não ser no curto prazo, mas a médio prazo sê-lo-á com toda a certeza. Nós olhamos para as nossas casas europeias e constatamos que os roupeiros estão cheios, as salas estão cheias, os quartos estão cheios, as cozinhas cheias estão de pratos, panelas e talheres. Então, que farão as empresas produtoras de têxteis, de móveis, de objectos de decoração e de outras “necessidades”? Mesmo que a inovação não pare – que não pára! – a atracção que ela exerce sobre os espíritos mais desejosos de mudança – aqui, as mulheres levam a palma aos homens! – esbarrará sempre com a superlotação dos utensílios nas casas. Se olharmos para fora da Europa, USA, Canadá, Austrália, Japão e mais alguns países desenvolvidos da Ásia – na África, haverá algum além da África do Sul? – em muitos casos – acertaremos se dissermos 2/3 da humanidade? – ou nem sequer têm casa ou então é tudo de uma pobreza que ronda a fome e a miséria extrema em muitos casos. Admitamos que num futuro não muito longínquo toda a humanidade tenha habitação digna, “dignamente” apetrechada – embora saibamos que tal situação não interesse de modo algum ao grande capital, pois o sistema económico-financeiro actual vive à custa desta parte miserável da sociedade – então, não será fácil o equilíbrio entre produção e consumo, venha a produção do próprio país, venha ela de terceiros pelas importações. Mas não esquecer que para importar há que ter capital para comprar os bens transacionáveis, capital que parece apenas advir das vendas de bens, nesse país produzidos, a outros países que os comprem. Então, o que é claro, o que é óbvio? – A certeza de que o mundo vive numa grande injustiça, num total desrespeito pela humanidade, porque preso nas malhas dos grandes grupos económico-financeiros, com os políticos a dizerem “Amen!” a todos as suas directivas, não lhes interessando construir sociedades cada vez mais justas, equilibrando a natalidade com os recursos de cada país, pondo a economia ao serviço do Homem e não o Homem ao serviço da economia. E os povos que “aguentem”! Até quando?
Permitam-me que remeta para o meu livro "Um Mundo Liderado por Mulheres", Esfera do Caos, livro que pode ser pedido para o meu mail fr.dom@netcabo.pt, onde se preconiza um mundo realmente novo, justo e equilibrado, tendo como objectivo último construir a fraternidade universal entre os Homens, o Paraíso possível aqui na Terra, já que o "outro" é pura ficção vendida pelas religiões aos incautos e que se deixam levar pela crença sem fundamento racional...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O País dos Eles


Este é o título de um texto do caro leitor João Cardoso que, a pedido, reproduzirei a seguir, no comentário. Mas pode servir de mote ao texto deste mês.

Repito que este blog não tem “vocação” para criticar as politiquices que vão acontecendo a todo o momento neste País, “paraíso” à beira-mar plantado. Se fosse isso, haveria assunto não só para um blog, mas para muitos que, aliás, existem por aí. Basta uma olhadela atenta e clicar no termo certo. Já não falando nos inúmeros artigos de opinião que quotidianamente, enfastiosamente enchem os jornais, nem nos “opinion makers” que, na rádio e televisão, opinam sobre tudo e sobre todos, praticamente nada de bom trazendo ao país, pois só falam e dizem mal, nenhumas soluções exequíveis apresentando, todos nós sabendo que meter as mãos na massa é que faz calos nas mãos e na saúde dos que realmente trabalham, e não o muito linguajar... As raras excepções contam-se pelos dedos. (Permitam-me que cite o nome de José Gomes Ferreira, jornalista da SIC.). E é pena! Todos devíamos ajudar o Governo a governar bem, dando sugestões exequíveis, justas e equitativas. Problema é que o Governo se descredibiliza com escândalos atrás de escândalos, neste ou naquele Ministério, e o povo tem dificuldade em aceitar colaborar nos cortes e na austeridade que um país, à beira da bancarrota, forçosamente tem de sofrer. Haja esperança na mudança. Mas, como já defendi em outros lugares e no facebook, não tenho vontade de votar em nenhum dos elementos que os partidos nos impõem para autarcas ou primeiros ministros. Não gosto desta pseudo-democracia. Afinal, eu não tenho escolha: ou voto nos “meninos” que eles me propõem ou não voto. Não há dúvida que a democracia tem de renovar-se, democratizar-se, alterar a lógica partidária, havendo apenas independentes que se proponham a governar a nação – bons gestores da “coisa pública”, é claro. Esses, sim: com provas dadas, teriam o meu voto. Neste momento, somos realmente vítimas de uma partidoditadura...

Antes de dar a palavra a João Cardoso, apenas constatar, mais uma vez, o facto já aqui contundentemente apresentado: é o actual sistema financeiro que tudo corrompe; a nível nacional, a nível global. À finança, não interessa o bem comum ou o cidadão, nem criar empregos para que o Homem se sinta útil e tenha uma vida digna; interessa apenas o lucro e a ganância. Logo, que importa que 9/10 da população mundial passe fome e morra de carências de toda a sorte se EU lucro milhões com isso? E, sinceramente, não vejo como se poderão alterar as coisas se, afinal, o povo pouco ou nada pode contra as ditaduras político-económico-financeiras, a começar pelas democráticas... Nem com uma guerra dos famintos contra os senhores do capital. É que até as guerras são feitas ou promovidas por esses senhores para terem mais... capital!





quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Incêndios!

Incêndios! Este país está a arder! O mundo está a arder!


Se este blog é de “Ideias-Novas”, apresentemos aqui uma solução sobre o assunto em questão.

O país e o mundo estão a arder e de muitas formas. Mas esta a que nos referimos são mesmo os incêndios que destroem as florestas do Planeta, esta nossa casa que vamos vendo a ser devastada, em sucessivos verões, quer no hemisfério norte quer no sul.

E ainda ninguém reparou? E ainda ninguém descobriu as causas ou... as motivações? Pois elas são claras e estão à vista de todos, com fortes indícios de verdade, muitos deles verificados “in loco”: interesses económicos, obviamente!

Os governos são os culpados. Ingenuamente ou... nem tanto! E o Planeta é que sofre e, com ele, o habitat de milhares de espécies animais e vegetais e, por arrastamento, a própria humanidade. Escândalo: apenas – como acontece com a desregulação do sistema económico-financeiro a nível mundial – pela ganância de alguns.

Então, quem pode lucrar com os incêndios? – Muitos: as empresas de aluguer de meios aéreos para o combate às chamas; os bombeiros que são mais bem pagos quando fazem horas extraordinárias (o que acontece em todos os incêndios, pois trabalham de noite e de dia); os fornecedores de componentes para os bombeiros e suas viaturas; alguns madeireiros.

E quem ateia os incêndios? – 1 – os próprios meios aéreos que combatem o incêndio, lançando juntamente, ou a coberto com a água, bombas incendiárias, multiplicando as frentes de fogo; 2 – as empresas fornecedoras dos bombeiros e suas estruturas, através de pirómanos contratados e bem pagos; 3 – alguns bombeiros (porque ganham mais); 4 – alguns pirómanos loucos, pelo horror do espectáculo, admirando os gritos das populações em aflição e a parafernália dos meios aéreos e terrestres em acção; 5 – alguns incautos que vivem na orla das florestas e alguns ignorantes pastores que pretendem melhores pastagens para os seus gados na Primavera seguinte.

Ora, sendo os primeiros (1 e 2) os maiores responsáveis pela devastação das nossas florestas à face da Terra, através dos incêndios – sem contar com a devastação causada pela ganância da exploração descontrolada das madeiras, sobretudo exóticas, durante todo o ano – a solução é fácil e óbvia e todo o dinheiro nela investido é abençoado pelo Planeta: todos os meios de combate aos incêndios têm de estar nas mãos do Estado, desde o prego que o bombeiro precisa para concertar um martelo até ao helicóptero ou avião que, num vai-vem contínuo, transporta água para o local da tragédia, dando a Força Aérea do país o seu importante contributo.

Assim sendo, restariam os responsáveis 3, 4 e 5. A solução para os 3 e 4, logo que apanhados pelas equipas de vigilância necessariamente formadas, teria de ser drástica: castigo exemplar punido com a pena máxima ou capital. Para os 5, todo um esforço de formação e de explicação para não cometerem loucuras, apelando a toda a precaução, sendo de qualquer modo também punidos e com severidade.

Ora, isto é uma atitude que cada governo pode tomar, independentemente de qualquer outro país. É uma questão puramente nacional. Em Portugal, bem que se poderia fazer o proposto aqui e agora. Haja vontade de salvar as nossas florestas. Pelo País! Pela Pátria! Por todos nós!







E se enviássemos este textos para os nossos "queridos" governantes?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Em Portugal, os lobbies financeiros, os lobbies dos advogados



Embora, neste blog, não se fale propriamente de Portugal e dos seus magnos problemas a nível económico-financeiro-político, hoje abrimos uma excepção, para falar dos dois lobbies que, na perspectiva filosófico-prática de “Ideias-Novas”, são os principais responsáveis pela profunda crise que se vive no país.

Diríamos que a explicação é quase plausível: aqueles, pelas atropelias que fizeram com os depósitos dos depositantes, imitando os seus congéneres, a nível mundial – portanto, não é só um problema português – estes, pelo emaranhado das leis que criaram, tanto para o Código do Direito Civil como para o Código do Direito Penal. E continuam a criar, expressando-se os juizes de tal modo que nenhum cidadão, mesmo com formação superior, entende facilmente os termos de uma qualquer querela judicial, tendo de recorrer aos mesmos advogados para uma interpretação. Obviamente, que os advogados são os primeiros interessados em que tal emaranhado continue como teia quase indecifrável: é para eles uma abundante fonte de receita, em todas as consultas que os cidadãos são, perante situações judiciais com que se deparem, obrigados a fazer-lhes. E não só cidadãos, mas também empresas, desde as micro às grandes, tendo muitos advogados aí o seu poleiro bem instalado, acumulando os de maior renome várias delas.

Perante tal cenário de confusão nas leis que regem os conflitos judiciais, quer a nível laboral quer a nível criminal, que empresário nacional ou estrangeiro vai investir em Portugal?

E o problema parece insolúvel: não há governo ou governante que se apresente capaz de colmatar a situação, pois teriam que desinstalar/atacar muitos interesses instalados, alterar os Códigos, simplificando-os, obrigando a uma nova nomenclatura que o cidadão comum entendesse, ao lê-la, facilmente.

Os exemplos, por recorrentes, estão por toda a parte. Basta olhar para qualquer documento, por insignificante que seja.

Cita-se o início de um Auto, acabado de receber, devido a não pagamento de um estacionamento. Total do Auto a pagar: 45.00€ (coima) + 52,50€ (custas) = 97,50€. Início da pág. 1, A4, corpo 10: «AUTO DE CONTRA-ORDENAÇÃO Nº (????) – Vistos os autos, cumpre decidir nos termos do art.º 181.º do Código da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei 114/94, de 3 de Maio, revisto e republicado pelo Decreto-Lei nº 2/98, de 3 de Janeiro e pelo Decreto-Lei nº 265-A/2001, de 28 de Setembro, alterado pela Lei nº 20/2002 de 21 de Agosto, revisto e republicado pelo Decreto-Lei nº 44/2005, de 23 de Fevereiro e alterado pelo Decreto-Lei nº 113/2008, de 1 de Julho...» Mas há exemplos muito piores, pela complexidade de referentes, às dezenas, a que a entidade que deve decidir do processo tem de atender para justificar a pena aplicada. Mesmo assim, há recurso. No caso acima, há quinze dias para reclamar, apresentando alegações credíveis; é o que se vai fazer, atrasando, embora com possíveis custas – sempre irrisórias e não dissuasoras – o processo. Na lei portuguesa, parece haver sempre lugar a recurso de qualquer pena que se aplica. E não uma vez, mas várias, para várias instâncias sempre superiores, instâncias essas que, obviamente, custam milhões ao erário público.

No sistema actual de competitividade feroz entre as economias dos diversos Estados a nível europeu e mundial, um país onde a justiça não funciona, não pode competir em atracção de investimentos, com outros onde os processos são mais agilizados e não são susceptíveis de recursos sobre recursos, adiando a sentença final para as kalendas...

O ideal – ideal que aqui sempre se defendeu, mas que, por agora, e não se sabe até quando, não passa mesmo de ideal – seria a alteração do sistema financeiro actual, sistema escravizante e sufocante das economias. Mas isso só quando os detentores do monopólio do dinheiro a nível mundial – uma meia dúzia de bancos! – chegarem à conclusão que serão auto-suicidas se continuarem a apostar na destruição das sociedades, tornando-as pobres e famintas, desempregadas, revoltadas, incapazes de comprarem os produtos que lhes são oferecidos, sempre, na óptica dos financeiros, para gerarem mais lucros. É com esses lucros escandalosos que se constroem, por esse mundo, belas aberrações, como as dos Emiratos Árabes Unidos, aberrações escandalosas face à fome que grassa pelo mesmo mundo.

Mas será a curto prazo que tal reviravolta acontecerá. É que o sistema contém em si o gérmen da auto-destruição!

PS:

Se estiverem interessados em conhecer a podridão que grassa pelo país, a nível económico-financeiro, mas também – e, sobretudo?! – a nível político, aqui, com o beneplácito da própria Constituição elaborada pelos mesmos políticos que usurparam o poder do povo e, obviamente, com a conivência de quem vota – o mesmo povo! – vejam o blog:

http://apodrecetuga.blogspot.com

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Loucos ou vendidos ao sistema?



Perante as decisões, a nível nacional, a nível europeu e a nível mundial, para resolver os problemas das dívidas soberanas e dos conflitos económico-financeiros e sociais daí resultantes, em países a abraços com aquela crise, decisões tomadas pelos experts em economia de mercado, experts que governam o mundo, havendo, no entanto, outros tantos experts ou mesmo em maior número que defendem medidas absolutamente contrárias, parece não restarem dúvidas de que os experts que governam o mundo decidem de acordo com os modelos que lhes são impostos pelo todo-poderoso sistema financeiro.

Já aqui dissemos – e fácil é comprová-lo – que o sistema financeiro que rege o mundo é tudo menos o que deveria ser. Alimenta-se do dinheiro dos depositantes para construir fortunas pornográficas para os seus accionistas, especulando em fundos de alto risco para aumentar ainda mais os lucros, criando offshores e paraísos fiscais para lavagem de dinheiro e fugirem aos impostos, sempre na mira da ganância e da usura (dinheiro gerando dinheiro sem qualquer outra finalidade nobre ou produtiva!)... e, em situações de crise ou de apuros, socorrem-se dos governos – logo, dos impostos cobrados aos cidadãos – para serem resgatados do iminente colapso.

Também já aqui dissemos que isto só se evitará quando os bancos – de preferência nacionais, mas também os privados desde que obedeçam às mesmas regras – tiverem apenas duas funções: 1 – salvaguardar as poupanças dos depositantes; 2 – investir na economia, seja produtiva, seja de serviços, seja virada para o consumo interno, seja para a exportação.

Assim, a economia estará ao serviço da sociedade e cumprirá a sua missão de fazer os cidadãos felizes, outorgando-lhes emprego pelo qual aqueles poderão sentir-se realizados, constituir família, alimentar essa mesma sociedade.

E também já aqui dissemos que este modelo liberal económico é autosuicida. É que baseia-se no contínuo crescimento das economias. E até agora ainda ninguém descobriu outro meio de fazer crescer o PIB, ou seja, a economia, senão de duas formas: 1 – aumento da procura interna para que as empresas produzam cada vez mais, criando ao mesmo tempo mais postos de trabalho, evitando o flagelo do desemprego 2 – aumento das exportações atingindo os mesmos fins.

Como é fácil de ver – e brada aos céus que nem os experts engagés com os governos nem os outros não alinhados chamem a atenção do mundo para o inevitável suicídio! – o PIB de um país não poderá aumentar ad aeternum, nem tão pouco as exportações, nem tão pouco a produção de bens transaccionáveis e de consumo imediato. Basta olhar para os nossos roupeiros, as nossas cozinhas, as nossas salas, onde não cabem mais camisas, nem pratos ou talheres nem bibelots ou cadeiras.

E o que se passa nas nossas casas já de alguma burguesia, acabará por se passar nas casas de todos os habitantes do Planeta. É uma questão de tempo.

Claro que aqui se põe outro magno problema, problema que tem duas faces: 1 – A realidade actual é que c. 4/5 da população mundial vive no limiar da pobreza, logo a necessitar de ter mais camisas, mais pratos, mais cadeiras, depois de ter colmatado a fome com cereais e legumes, frutas, carnes e lacticínios; 2- a população tem rapidamente de inverter a sua tendência de crescimento para estabilizar nos c. de 7 mil milhões actuais, milhões que até já são demais, pois não se vislumbra que a Terra tenha recursos para alimentar tanto humano, tendo este já se tornado espécie infestante destruidora do habitat de muitas outras espécies vivas à face da Terra e que também têm direito à vida.

Conclusão: se se começasse já – nos povos mais desenvolvidos (europeus, americanos, japoneses, classe média-alta chinesa e indiana) – a adoptar medidas no sentido correcto, a Terra correria menos riscos e menos riscos correriam, obviamente, as sociedades. E a humanidade seria uma humanidade equilibrada. Assim, como está, só se encontram injustiças, escândalos, corrupção por toda a parte.

Dentro do sistema que nos rege e que rege o mundo, quanto à regulação do sistema financeiro, já foi tudo dito: é absolutamente necessária e a nível mundial, acabando com offshores e fundos de risco. Mas parece que ninguém do poder – obviamente engagés com o sistema! – parece estar disposto a exercer eficazmente tal regulação. Uma pena! Uma catástrofe!

sábado, 23 de março de 2013

30 PERGUNTAS – 30 RESPOSTAS (4/5)




EDUCAÇÃO E EMPREENDEDORISMO

19 - Que áreas do conhecimento e que métodos de aprendizagem estão em falta no nosso sistema educativo?

R – Embora tenha sido professor, agora aposentado já há uma meia dúzia de anos, afastei-me do ensino e não conheço suficientemente os curricula existentes para me pronunciar com seriedade crítica. Objectivamente, uma necessidade imperiosa é a ligação do ensino ao mercado de trabalho, logo, após um básico e um secundário bem feitos, o aluno deverá dispor de cursos universitários direccionados para e em conjugação com as empresas, sobretudo as rentáveis, i.é., as que produzem valor acrescentado, quer para o mercado interno quer externo. De outra forma, é um logro para o estudante, e uma formação inútil para o país.

20 - Qual o perfil de competências do professor do futuro?

R – Sobretudo ser capaz de criar nos alunos a noção da responsabilidade, incutindo-lhes a necessidade de pegarem o seu futuro nas próprias mãos e não estarem à espera que o governo ou os pais lhes sirvam de “muletas de salvação”. O resto virá por acréscimo, tendo sempre em conta a volatilidade do emprego, volatilidade que será cada vez mais forte e mais stressante, dada a rápida evolução da Ciência e do mundo e, ao mesmo tempo, o seu descontrolo no que se refere à justiça entre as gentes na falta de igualdade de oportunidades e de saberes.

21 - Qual a força do empreendedorismo individual no combate à crise económica?

R – Muita e relativa. Muita porque cada um, puxando do seu curriculum e das suas aprendizagens, deve procurar, dentro ou fora de portas, as oportunidades que se lhe oferecem para realizar-se ou realizar o seu ideal de vida. Relativa porque o sistema económico-financeiro que rege o mundo é de tal modo corrupto e descontrolado que impede a realização daquele ideal, como seja constituir uma família após um emprego relativamente estável ou com perspectivas suficientes de estabilidade que permitam tal “feito”. A falta de condições para que haja jovens casais a ter filhos vai arruinar as sociedades, só depois se retrocedendo, retrocesso que não se fará sem sofrimento acrescido e desnecessário caso mudassem as mentalidades e os sistemas económico-financeiros. Mas já vimos que quem poderia mudar tal status quo não está interessado nisso, Por isso...

22 - O que fazer para evitar que a crise potencie o abandono escolar e o trabalho infantil?

R – Há que incutir nos jovens, a nível político, governamental, familiar e escolar, o amor pelo saber e pela valorização do seu curriculum como parte fundamental para se realizar enquanto pessoa, quer no mundo do trabalho, quer no domínio psicológico e sentimental. O slogan terá de ser: “Mais cultura e mais preparação académica = mais facilidade de dominar os boicotes que a sociedade cada vez mais coloca a quem quer começar a sua vida activa.”

23 - O empreendedorismo social pode ser uma via de desenvolvimento?

R – Claro! Entendendo-se por empreendedorismo social a iniciativa de criar empresas seja no campo da produção, seja no da prestação de serviços. Para isso há todo um conjunto de condições que, infelizmente em Portugal, estão longe de se concretizarem: 1 – facilidade de criação da empresa com a diminuição drástica da burocracia 2 – atractividade fiscal 3 – simplificação drástica dos códigos processuais que afectam as empresas (os cidadãos em geral também, o que é uma vergonha nacional, mais uma!!!) pois os que existem revelam uma apetência desenfreada por parte dos advogados que os elaboram pela complexidade, confusão, quer a nível das ideias quer da expressão, utilizando-se terminologia ambígua e confusa que o utente para quem são dirigidos nada entende. (Dizem que é de propósito, para depois poderem ganhar fortunas em consultadorias. E tudo leva a crer que tal seja a verdade! Mas pobre do país que tal gente tem para o “governar”!)

24 - O que falta a Portugal para ser mais empreendedor?

R – Para ser mais competitivo, está respondido no número anterior. Para ser mais empreendedor, é preciso encorajar todos os que têm capacidades quer para o empreendedorismo individual quer para o empreendedorismo social, a lançarem-se na aventura de realizarem os seus sonhos quer individuais quer sociais, inscrevendo o seu nome nos “cadernos dos heróis nacionais”, sentindo-se assim realizados por terem feito algo de bom para melhorar o mundo que os viu nascer, começando, se possível, pelo seu próprio país.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

30 PERGUNTAS – 30 RESPOSTAS (3/5)


QUALIDADE DE VIDA

13 - O que significa qualidade de vida?

R – Embora para muitos signifique “ter muitas coisas, muito dinheiro”, o que é certo é que as muitas coisas e o muito dinheiro não representam forçosamente qualidade de vida. Diria que, pelo contrário, quantas mais coisas se têm, mais preocupações, mais despesas de manutenção e taxas se têm; quanto mais dinheiro, também mais preocupações: procura de fundos de aplicações rentáveis, medos de percas na Bolsa, aquisição de bens, colocação em offshores... Se se investe numa empresa e se se é patrão, podem gozar-se umas férias no Hawai ou nas Caraíbas, passar uma semana no melhor hotel do Dubai (qualidade de vida!), mas, durante todo o ano, arruinou-se a saúde com voltas e mais voltas – voltas que fazem perder o sono, logo a qualidade de vida – para aumentar a produtividade, escoar os produtos a preços ao mesmo tempo rentáveis e competitivos, pagar IRC, seguros e SS dos trabalhadores, etc. etc. No entanto, os patrões – os honestos, claro! (haverá muitos, sobretudo nas PMEs!) – são absolutamente necessários para a criação de emprego e manutenção do crescimento da economia. Mas, de um ponto de vista filosófico, como ideal de qualidade de vida, dever-se-ia pensar no SER e não no TER, satisfeitas que fossem, obviamente, todas as necessidades básicas, sobrando algum dinheiro para a cultura, o prazer da comida e do lazer, viajar por esse mundo, conhecido ou não pela Net, educação dos filhos e/ou netos. Boas ideias, não?!

14 - Os cidadãos têm o dever de intervir mais ativamente na definição do futuro do país?

R – Obviamente! Mas quantos o saberão fazer? E os que poderão dar o seu contributo – tal como nós! – que possibilidades têm de intervir nos poderes instituídos? – Poucas, muito poucas. A partidocracia – diria antes partidotirania! – com as suas clientelas partidárias, normalmente comprometidas com o poder económico-financeiro, próprio ou de amigos, logo facilmente corrompíveis, impede os cidadãos de participarem na construção do futuro do país. Os partidos impõem os seus homens do aparelho – normalmente incompetentes e tendencialmente corrompíveis – e o povo tem de votar nesses incompetentes ou, então, abster-se. E mais vale abster-se do que participar numa pseudodemocracia que é aquela que nos governa e que governa uma grande parte dos países ditos democráticos. Nos outros... Mas esta democracia é uma falácia: temos a liberdade de expressão, mas nada adianta o que dizemos ou denunciamos: a Justiça não funciona, baseada em leis feitas por lobbies de advogados que as fazem confusas e cheias de fugas para que todos os corruptos e ladrões do Estado, nunca “consigam” ser condenados, podendo recorrer de tribunal em tribunal até à prescrição do processo, após anos de gastos de dinheiros públicos! Uma vergonha de país que tal Justiça tem!!! Portanto, para o cidadão participar no futuro do país, há que reformular profundamente a democracia! Por exemplo, mantendo partidos, criar obrigatoriamente ciclos eleitorais uninominais, com vários candidatos independentes, que apresentassem as suas credenciais de competência e honestidade; formar sempre um governo de iniciativa presidencial em que o PM e seus ministros se submetessem à apreciação pública quanto à mesma honestidade e competência. Creio que as democracias no mundo, ainda serão exemplares, um dia! Com homens a governar - como é a situação catastrófica actual, catastrófica a todos os níveis, sobretudo aos níveis político e económico-financeiro - será mais difícil, se não impossível. Mas talvez, se dê oportunidade às mulheres, como defendo no meu livro "Um Mundo Liderado por Mulheres" (Ver Net). Para governar tal Mundo, elerger-se-iam mulheres sábias, inteligentes, dinâmicas e honestas. Assim, teríamos garantidamente uma democracia sã... Enquanto uma reformulação profunda da democracia não for feita, só resta uma alternativa ao povo, para não alimentar esta partidoditadura tendencialmente corrupta que nos governa: NÃO VOTAR!

15 - Depois de anos de crescimento estamos preparados para a perda
de rendimentos e de direitos adquiridos?

R – A pergunta é de louvar. Não diz “...anos a gastar acima das nossas possibilidades”, chavão que muitos usam para imporem uma austeridade irracional que atrofia completamente a economia do país, dado o sistema económico-financeiro vigente: crescimento do PIB baseado no consumo interno e nas exportações. Ora, o crescimento foi sempre anémico ao longo destes anos e sempre nos endividamos mais e a juros mais altos do que o crescimento do PIB, quando qualquer tratado de Economia diz que os juros a pagar não devem ser superiores a tal crescimento; caso contrário nunca se poderá pagar a dívida contraída. Ainda estamos para ver como estes “cérebros” que nos governam irão amortizar a colossal dívida que temos (120% do PIB), quando continua a endividar-se, no pomposo nome de “ida aos mercados”, e com sucesso por haver quem nos empreste dinheiro à taxa de quase 5%, obviamente taxa incomportável para se poder amortizar juros e dívida, pois não há riqueza para tal. “Direitos adquiridos” é uma expressão que sindicatos e trabalhadores usam e dela abusam! Todos sabemos quantos direitos não foram adquiridos sob pressão, em “verões quentes”, sobretudo nas Empresas públicas de transportes onde há “direitos adquiridos” ridículos como receberem um bónus por irem trabalhar e um complemento de reforma quando se reformarem pagos por empresas altamente deficitárias e que custam milhões ao erário público. Por isso, há que separar o trigo do joio! A “perda de rendimentos” será inevitável. Mas, para haver justiça e equidade, precisávamos de um Governo não corrupto (o que não é o caso!) para cortar em tudo o que deveria cortar (PPP, BPNs, CGD, BdP, Refer e Cªs, AR e PR e Gabinetes de Ministros com as suas mordomias escandalosas, desde os numerosos assessores, filhos dos amigos, até às flores e ao caviar nas cantinas por meia dúzia de euros..., a subsidiação escandalosa dos partidos e das eleições, etc., etc.) e não nos bodes expiatórios do costume onde é fácil cortar (funcionários públicos, pensionistas, SNS, rendimentos do trabalho, etc.)

16 - Quais as áreas prioritárias de intervenção do estado social?

R – Pergunto: “O que é o Estado Social”? – Será aquele que sabe distribuir a riqueza e benesses sociais (saúde, educação, subsídios de doença e desemprego, etc.) pelos seus cidadãos, de forma justa e adequada. Mas nada de facilitismos! Transgressores das normas, castigos severos! Muita fiscalização será necessária. (Por exemplo, falcatrua nas baixas por doença, perca de um ou dois salários!) O facilitismo leva o cidadão a desleixar-se: “A necessidade espevita o engenho”!

17 - Conseguiria viver com o ordenado mínimo nacional?

R – Talvez não passasse fome, socorrendo-me dos produtos de marca branca, mas, com qualidade de vida, claro que não! O mesmo se passa com o subsídio de desemprego. Mas um país que não consegue organizar-se nem organizar o seu tecido empresarial, não produzindo riqueza, terá muitos cidadãos que não poderão ganhar mais que esse salário. Logo, a não terem qualidade e vida! Se é que têm emprego!

18 - É necessário reinventar a democracia?

R – Absolutamente! Esta que nos governa não presta! É mesmo asquerosa, dada a partidotirania já acima referida. (Nº 14)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

30 perguntas - 30 respostas (2/5)

CIÊNCIA E TECNOLOGIA


7 – De que forma é que a ciência e a tecnologia podem ajudar o país a sair da crise?

R – Muito dificilmente. Não haverá ciência e tecnologia suficientes que valham a qualquer país do mundo ocidental – logo também a Portugal, e com maior força de razão devido à profunda crise que atravessamos – perante a hegemonia chinesa, indiana e brasileira, não falando já de outros países asiáticos: muita tecnologia (copiada ou não do ocidente), mão de obra barata, poucas regalias sociais. Só numa nova ordem económico-financeira global, onde tudo se harmonizasse à escala global: controle da população, mesmas regras salariais, mesmos benefícios fiscais, mesmos cuidados sociais básicos (educação, saúde, habitação, alimentação), caminhando para um igualitário nível de vida..., só assim se poderia evitar aos ocidentais o “perigo asiático”. Mas, olhando para o mundo, da África à Ásia, à Europa, às Américas, vemos quão longe estamos dessas sociedades! Isto, sem falar nos fundamentalismos religiosos e outros (os dependentes dos lobbies das armas e do tráfico de droga, de seres humanos, etc.) que põem o mundo em contínuo sobressalto. Utopia, portanto! No entanto, há que fazer alguma coisa, adaptando-nos momento a momento às circunstâncias que serão cada vez mais adversas: exportar tecnologia de ponta que possa competir com o melhor do que se faz no mundo. O preço, esse...

8 – Em que áreas Portugal pode apostar para se afirmar como potência científica?

R – Talvez as ciências do Mar. Mas também nas outras áreas do saber em que já demos provas de sermos bons: medicina, astronomia, energia. Mas seremos sempre uma potência científica limitada à nossa pequenez: somos 10 milhões; os chineses, 1300 milhões! Por cada português inteligente, haverá 130 chineses. Não se poderá competir só pela qualidade...

9 – Que alternativas podem existir ao investimento estatal em I&D?

R – Não tenho informação para me pronunciar.

10 – Qual a importância da divulgação da ciência e da tecnologia?

R – Para o equilíbrio e a tomada de decisões, quer a nível individual (desde o saber estar na sociedade ao saber entender-se consigo próprio e com o seu foro íntimo no que se refere a crenças, aguçando o espírito crítico), quer a nível colectivo, a Ciência, ou pensar em termos científicos, é fundamental. É ela que aporta o Conhecimento, sem o qual nada avança, seja em que plano for. Por isso, quanto mais Ciência, mais conhecimento, mais equilíbrio individual e colectivo, melhor tomada de decisões. Divulgar a tecnologia é sempre benéfico porque espevita o espírito de pesquisa, em todas as idades, sobretudo nos mais jovens que se vêem confrontados com um mundo, no qual não encontram grandes perspectivas de vida se não forem competitivos. Ai, a palavra competição! A competição será sempre uma espada de dois gumes: gera progresso e produtividade, mas tira qualidade de vida devido ao stress permanente que acompanha o indivíduo, ao serviço das empresas produtivas.

11 – Como evitar a fuga de cérebros numa economia em crise?

R – Não valendo a pena lamentar tal fuga, o que é certo é que os “cérebros” não têm alternativa senão emigrar par países onde encontrem trabalho correspondente aos conhecimentos e capacidades (Know how / skills) que possuem. Ficarem no país que não lhes oferece ou permite a sua realização pessoal, seria uma frustração permanente, frustração que nem ao país interessa quanto mais aos próprios. Espera-se que voltem um dia, com ideias novas e que, ao menos, enviem remessas monetárias para os bancos nacionais, já que são estes que, procurando o lucro para os seus accionistas, apoiam a economia. Perverso, não?! Quando teremos coragem de mudar o sistema? Para já, é impossível: os que poderiam provocar a mudança são os primeiros a quem a mudança não interessa!

12 – Quais as metas futuras que a tecnologia deve alcançar?

R – Pergunta que me parece de resposta impossível. É que não há metas definidas: a tecnologia avançará continuamente e para caminhos que ninguém poderá prever, a longo prazo. Só nos resta ir acompanhando e admirando-nos com o que se for descobrindo. Enquanto para nós brilhar o sopro da vida...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

30 PERGUNTAS – 30 RESPOSTAS (1/3)


O programa da SIC “Falar Global” levou a cabo uma iniciativa, colocando 30 perguntas a 30 “especialistas” escolhidos entre os candidatos ao “lugar”. Eis as perguntas e as minhas respostas com... “Ideias-Novas”. Tal tarefa não é fácil em virtude de as perguntas serem formuladas tendo em conta o sistema económico-financeiro vigente actualmente a nível mundial, sendo esse o sistema criticado e proposto para alteração exactamente por “Ideias-Novas”. As respostas deverão ser complementadas pelo leitor, relendo os 14 mini-textos publicados, aqui, em Julho/Agosto de 2010, sob os títulos "Sustentabilidade 1/7" e "Modus operandi 1/7"

EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL

1 - Que soluções devem ser adoptadas para evitar o flagelo do desemprego?

R – Já aqui escrevemos – aliás, repetindo as ideias principais que aparecem no meu livro UM MUNDO LIDERADO POR MULHERES – que: primeiro, toda a gente que quer trabalhar tem direito a ter um emprego/trabalho onde se sinta, quanto possível, realizado; segundo: há várias medidas que se podem/devem tomar, mas que só serão realmente possíveis com uma nova ordem económico-financeira, onde a finança esteja ao serviço da economia e esta ao serviço dos cidadãos, dando a todos tal oportunidade de emprego. Também já vimos aqui que “nova ordem” é essa e como consegui-la. Nas actuais circunstâncias, com os objectivos das empresas a terem apenas lucros, pressionadas pela finança, não há hipótese de pleno emprego. E quanto maior a crise, maior o desemprego. Como se constata! Se o que propomos é uma utopia, por enquanto, o que é possível não é exequível: só o crescimento do PIB permite a criação de emprego e tudo leva a crer que o PIB dos países desenvolvidos não vá aumentar devido à concorrência asiática e ao mercado global. Resta-nos sonhar que a utopia se torne realidade, forçada pelas circunstâncias. Até lá, vai haver muito sofrimento das sociedades, colectiva e individualmente.

2 - Que alternativas existem para evitar a falência anunciada da segurança social?

R – Várias, mas nenhuma eficiente por estar conectada com as contribuições dos empregados e empregadores que sustentam a SS. Ora, aumentando o desemprego... Depende, pois, das soluções para evitar o flagelo do desemprego (Ver questão nº 1). Na actualidade – e para Portugal que está endividado e nem sequer consegue criar riqueza para pagar os juros da dívida quanto mais amortizá-la!... – só há uma alternativa, já que não pode/deve endividar-se mais: baixar os subsídios de aposentação, na proporção do crescimento do desemprego. Obviamente, uma medida perversa! O baixar só as pensões mais elevadas e gradualmente, é uma medida socialmente aceitável e justa, mesmo que os atingidos tenham descontado mais para a SS, na sua vida activa. Mas... é mais um ataque à classe média, o que nada abona em relação ao sistema económico-financeiro vigente. O equilíbrio entre receitas e despesas parece, pois, impossível. Será que a previsível ruptura levará a uma solução radical, a tal utopia que se preconiza no livro UM MUNDO LIDERADO POR MULHERES?

3 - Que novas formas de emprego existirão no futuro?

R – Ouvimos dizer aos professores universitários: “Temos de preparar os nossos alunos para empregos que nem sequer existem hoje”. Certamente, empregos ligados às novas tecnologias e inovações em todos os campos que não param de nos surpreender, dia a dia. A volatilidade do emprego, no futuro, será cada vez maior. A estabilidade quase nula. É, sem dúvida, uma ameaça para a sociedade, pois não haverá condições para constituir família e gerar filhos...

4 - A solidariedade e a entreajuda informal podem ser uma alternativa
aos sistemas de protecção social?

R – Já o são nestes tempos e irão continuar a sê-lo nos próximos anos. Interessante o exemplo que nos chega dos USA, com o movimento de jovens – ignoro o nome! – que organiza grupos de jovens que vão até países onde tudo falta, sobretudo África, e constroem escolas, redes de água potável, etc. Mas, globalmente, o cidadão não deveria estar sujeito a depender da solidariedade; ele deveria ter o seu próprio meio de subsistência, desde que capaz de a assegurar. Compete aos governos dos países criar condições para que tal aconteça. Os países deveriam ser geridos como uma empresa de fins não lucrativos. Com o actual sistema económico-financeiro totalmente desregulado, a nível global, onde a finança tem todo o poder, não é possível aos governos trabalharem nesse sentido, pois também eles estão subjugados ao sistema e dele são reféns.

5 - Que estratégias se podem conceber para incluir novos e velhos no
desenvolvimento do país?

R – Os velhos terão de colaborar, cada vez mais, nesse desenvolvimento. Até porque são eles que mais receitas consomem devido aos cuidados redobrados de que necessitam, a todos os níveis, particularmente da saúde. Estratégias? – Muitas: a) – ajudar, com o seu saber, os mais novos a terem sucesso (possível em muitas situações) e incentivando-os a procurarem soluções e não ficarem à espera que outros lhas apresentem; b) – não lhes roubar o lugar de emprego, reformando-se mais cedo; c) – lutar por uma nova ordem económico-financeira que permita o pleno emprego; d) – economizar o excedente, depois de satisfeitas as necessidades básicas (se houver excedente, claro!); e) – apresentar soluções aos políticos para permitir/acelerar esse desenvolvimento: no caso de Portugal, olhar o mar e os seus recursos, olhar a terra, olhar o Sol; f) – adaptar-se ao mundo real que muda constantemente e não ficar agarrado ao passado, lamentando-se; f) exercer actividades que não podem ser remuneradas, como as referentes à solidariedade social; g) criar movimentos artísticos, musicais e outros, que se apresentem para alegrarem uma sociedade que será cada vez mais triste, porque sem perspectivas de vida estável; etc.

6 - A flexibilização do emprego pode potenciar a motivação, a responsabilidade e a criatividade?

R – É provável que tal aconteça com alguns trabalhadores, sobretudo os que se enquadram nos campos da inovação e tecnológicos. Os jovens têm de estar preparados para tal cenário, que é o cenário para que aponta o futuro. Problema é que também pode potenciar o receio da perca de emprego, o que impedirá o jovem de construir uma vida familiar estável, com todas as consequências negativas que daí advêm para a sociedade. (Ver questão nº 3)