segunda-feira, 9 de abril de 2012

Afinal, seria possível o pleno emprego, a nível global

Enquanto, aperfeiçoo o texto de um documento que se pretende apresentar como um desafio a nível global – UM MUNDO NOVO, UMA HUMANIDADE SUSTENTÁVEL –voltamos a um assunto já aqui ventilado. E o pleno emprego a nível global, seria não só possível como até fácil! Aliás, os grandes economistas afirmam que, numa sociedade desejável, “todo o Homem tem direito a ter um trabalho em que se sinta útil à sociedade onde se integra e do qual usufrui o seu sustento”. Infelizmente, ficam-se pela afirmação e não dão soluções nem apresentam propostas. Ora, numa sociedade desejável de pleno emprego, isso só seria possível com novíssimas regras, regras não só novas como revolucionárias, regras que impusessem aos respectivos agentes do poder e do dinheiro uma organização económico-financeira virada ao contrário da actual: uma economia a servir o Homem e não o Homem a servir a economia. Como? – Várias seriam as condicionantes e as medidas: 1 – Diminuição da população mundial para um número sustentável em relação aos recursos da Terra (global e regional): alimentares, matérias primas, etc. 2 – criação de empresas, de produção ou de serviços, viradas para o emprego de todos os cidadãos de um país: primeiro, produção para satisfação das necessidades internas; depois, produção para exportação dos excedentes, importando os produtos necessários não possíveis de produzir no lugar. 3 – justiça social: cada um ganhando conforme a sua capacidade de desempenho, havendo avaliação dessa capacidade 4 – funcionamento da justiça civil e penal, ou seja, uma justiça célere e eficiente 5 – proibição da acumulação de fortunas: o indivíduo não poderia ter mais do que um plafond, (difícil de estabelecer qual, mas não impossível e sujeito a aperfeiçoamento, 1 milhão de euros anual, por exemplo) fosse qual fosse a proveniência do seu dinheiro: lotaria, actividade de alta rentabilidade como o de alguns desportistas, jogo, etc., sendo o excedente aplicado obrigatoriamente em actividade de benefício para a sociedade, logo para ajuda à criação ou manutenção do pleno emprego 6 – proibidos os subsídios a pessoas válidas para trabalhar, incluindo os reclusos que teriam de merecer a sua estadia na prisão e a sua alimentação com trabalho para a comunidade: lavagem de ruas, arranjo de caminhos rurais, limpeza de matas e florestas, jardinagem, etc. (com organização a nível regional ou local) Condição essencial: fim da actividade bancária privada e afins: apenas bancos centrais com as sucursais necessárias cuja actividade seria, obviamente, captar poupanças que seriam remuneradas não especulativamente, pois todo o dinheiro seria canalizado para as empresas e os cidadãos com capacidade de amortizar o capital solicitado, logo, sem fins lucrativos: apenas o necessário para as despesas de instalações, funcionamento e de pessoal! Fim das agências de rating! Fim das Bolsas ou completa inversão do seu modelo actual: não fundos especulativos mas apoio às empresas (seria possível tal modelo?!) E ainda outras medidas que um bom economista poderia facilmente “envisager”. Melhor ainda se conseguisse arquitectar um plano de as pôr em prática. É que são tantos os entraves, tantos os óbices! Apenas, dois ou três: o carácter ambicioso do Homem; os que têm os poderes político, financeiro, económico e judicial não o querem perder; a globalização é neste momento uma utopia: as forças de bloqueio, a iliteracia da maior parte da humanidade, etc. são obstáculos sabe-se lá quando ultrapassáveis. Claro que as medidas teriam de ser tomadas a nível global. Uma andorinha não sobreviveria nesta “Primavera”!... Impossível? Utopia? Tudo é possível desde que o Homem o queira: QUERER É PODER!

1 comentário:

  1. Comentando e acrescentando algo que reputo de importante ao que ficou dito, pergunto: "Já que vivemos nesta sociedade organizada nos moldes de uma sociedade ao serviço da economia e do capital e não o contrário, não havendo emprego, sobretudo para os jovens, não seria muito mais lógica uma política de reformas antecipadas em vez da actual política de aumentar a idade da reforma, devido à longevidde que se acentua, com o pretexto - válido, é claro, no contexto actual - da sustentabilidade da Segurança Social que assegura o subsídio de reforma?" Tal medida implicaria uma diminuição drástica - 50%? - do subsídio, em relação ao último salário, assegurando-se um mínimo para as classes de menores rendimentos, para que a SS fosse sustentável com tantos reformados e de longa duração devido à longevidade anunciada. E os reformados não ficariam inactivos: imensas trarefas poderiam desempenhar úteis à sociedade, como, por exemplo, o apoio aos mais jovens e inexperientes no local de trabalho onde exerceram a profissão. E muitíssimas outras, sempre viradas para o voluntariado! Ficarem a arrastar-se pelos bancos dos jardins à espera que a morte lhes bata à porta é que não é solução nenhuma além de altamente deprimente e frustrante para quem ainda ficou com tanto por mostrar à sociedade que, afinal, lhe deu educação, formação e cultura.
    Mas quem se aventurará a tomar tal medida sem ser logo contestado pelos lesados nos tais 50%?

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