Antes dos jovens, falemos ainda da Mulher para denunciar, mais uma vez, um dos maiores atentados praticados ainda em certas tribos africanas quando, em tenra idade e totalmente indefesa, lhe é imposta a excisão do clítoris. Uma monstruosidade quase comparável à imolação de crianças para apaziguar a ira dos deuses em tempos remotos... Arrepia e revolta! Há que, nesses países, apelar à mudança de mentalidades para que se acabe rapidamente com tamanha barbaridade. Quem o fará?
Agora, o assunto de hoje:
Os jovens fariam melhor se, em vez de contestar o sistema político vigente no país e exigir derrube de governos, em manifestações mais ou menos ruidosas, eles próprios se imiscuíssem no sistema político-partidário para acederem ao poder e, a partir de dentro, jogando o mesmo jogo, fazerem todas as reformas que apregoam como necessárias. É que dificilmente será possível mudar seja o que for, profundamente, radicalmente, se os protagonistas continuarem perto dos mesmos ou apaniguados dos mesmos, directa ou indirectamente. Pois, se os do partido A não cumprem, os do B que disputam ao A o poder, alcançando-o, não farão muito melhor: todos estão comprometidos com o sistema, corrupto na generalidade, subserviente aos interesses instalados, dominados pelos todo-poderosos agentes financeiros que ditam as suas leis.
Vamos ver ao que se chega nos países árabes do Magrebe e Médio Oriente com estas revoluções desencadeadas pelos jovens, exigindo democracia.
O desafio é que eles formem um partido – PARTIDO DA JUVENTUDE – com o nome da nacionalidade própria – EGÍPCIA, TUNISINA, LÍBIA, etc. – e entrem no jogo, submetendo-se ao sufrágio universal, com ideias e propósitos de agir com coragem, saber e honestidade. Eles, sim, eles poderão ser os garantes das reformas drásticas que são necessárias a nível global e local para que o mundo mude e, como adultos de amanhã, tenham um futuro o mais possível risonho e, sobretudo, sustentável. O que, obviamente não é fácil! Eles que não tenham ilusões. Aliás, só metendo as mãos na massa, verão as inúmeras dificuldades que enfrenta quem decide fazer reformas e aceita governar um país num mundo cada vez mais globalizado. Para tanto, terão de ser realistas! Não poderão pensar segundo os modelos que aprenderam nas universidades: estão “démodés”, pois incapazes de garantirem a sustentabilidade no Planeta quer a nível social, quer ambiental e dos recursos. Aqui, mais uma vez remetíamos para os textos já produzidos em Julho/Agosto de 2010.
Por outro lado, os jovens teriam que se apresentar à sociedade como credíveis. Maduros! (25-45 anos!) Conhecedores dos dossiers! (universitários distintos) Arrojados nas propostas! Rompendo com o passado, mas tendo em conta o presente, portanto, com rupturas não demasiado abruptas! Propostas a nível nacional tendo em conta o contexto global! Assegurando honestidade na governação, fazendo crer que irão governar e não “governar-se”! Alterando as leis que protegem os criminosos, sobretudo os de colarinho branco e os corruptos, advogando, por exemplo, as escutas como válidas em qualquer processo de corrupção, punindo os advogados que salvam os criminosos, não admitindo recursos depois de uma primeira condenação, a não ser em casos extremos, etc., etc., etc. Um programa aliciante e prevendo também apertado controle interno: ovelha que se tresmalhasse seria imediatamente responsabilizada e posta fora de cena! De outro modo, não há alternância que consiga alterações significativas para “salvarem” as pátrias, “salvarem” o mundo, um mundo cada vez mais global e globalizante. Uma coisa é certa: revoluções para a continuidade dos "mesmos", com os mesmos modelos, de certeza que não interessam!
segunda-feira, 14 de março de 2011
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Nos dois temas está presente o desejo de mudança com a juventude e pelo melhor futuro de todos.
ResponderEliminarParece-me que toda a nossa juventude está na política desde a escola primária - escola básica.
O que eles ainda não viram são as raposas velhas que se aproveitam deles para subirem e se instalarem no poder.
Luis,
ResponderEliminarNas escolas primária e básica, o discernimento não passa o nível do pensamento familiar, à excepção, quando muito, de algum professor que não se limite a debitar matéria mas a educar para a cidadania crítica, àquele nível etário. Nem no secundário o assunto se põe com acuidade. Na universidade, sim! Aqui, já se pensa seriamente no futuro, no emprego, na vida a construir fora da alçada dos pais, de preferência estável. Ora estabilidade é o que os jovens cada vez vão encontrar menos na vida real. Daí a necessidade urgente de se aperceberem que só com modelos diferentes de sociedade, no ponto de vista económico-financeiro, logo, também na política, é que conseguirão alguma estabilidade que lhes permita construir a vida, embora não mais como os seus pais a construiram. Mas o caminho a percorrer é tão longo! Os entraves dos conservadores e bem-instalados vai ser tanto! No entanto, desistir, nunca! Será uma derrota que só atrasará o avanço sustentável da civilização e não lhes proporcionará um futuro quanto possível risonho a que, sem dúvida, como seres humanos, têm direito!
É a terceira vez que comento.
ResponderEliminarNão entraram os anteriores comentários.
Vou confirmar agora se tem moderador, mas não creio.
Beijinho
Ná
Amigo Francisco!
ResponderEliminarAparentemente não sou capaz de dizer tudo o que gostaria.
A informação é de que o comentário é demasiado longo, lamento.
Esta é a quinta vez, vamos ver se entra.
Plenamente de acordo consigo, desde o primeiro parágrafo à última palavra.
Lembremo-nos sempre dos crimes hediondos cometidos sobre as mulheres, crianças até recém nascidas. Que horror!
Os jovens desta dita geração à rasca, estiveram alheados, na sua grande maioria, de tudo o que não fossem copos e farras.
Agora acordaram, tarde, mas mais vale tarde do que nunca.
Façam o que lhes compete, insurjam-se. O normal é os que os jovens sejam contestatários e não amorfos.
Beijinho
Ná
Aleluia :)))))
ResponderEliminarMais um beijinho
Ná
Caríssima Ná!
ResponderEliminarDeve ter sido deficiência técnica de transmissão o facto de não ter podido escrever um longo comentário. No outro meu blog "Em nome da Ciência", houve um e não foi impedido de publicação.
Apesar de muitos jovens estarem mal preparados para a vida e para enfrentarem dificuldades, terão que aprender com essas mesmas dificuldades. E têm de ser capazes! O amanhã é deles. Ou governam ou virão ser governados por estrangeiros! Com todas as consequências que tal perda de soberania acarreta. É isso: tomem o poder nas mãos, jogando o jogo da democracia!