quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Ah, se o Homem fosse inteligente!
O que vou dizer não é uma ideia nova, é um desabafo. Amargo!
Se o Homem fosse inteligente, saberia pôr-se exactamente no seu lugar. Qual? – Um pequeno ponto, numa imensíssima engrenagem, indo do átomo ao micróbio, aos outros seres vivos e não vivos, à Terra, ao Sol, à Galáxia, ao Universo! E cada um de nós num determinado tempo – pouquíssimo tempo! – indo do Nada e regressando ao Nada ou, como diz a Bíblia, vindo do pó e voltando ao pó. Citando, em latim: “Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris”. Como se nunca tivéramos existido! Esta é a nossa Realidade, esta a nossa Verdade, a Verdade do Homem! E que faz o Homem? – Sentindo-se senhor do Céu e da Terra, arvorando-se em Deus do seu umbigo, vai de utilizar a sua inteligência para atingir os fins mais abjectos: destruição do seu próprio habitat, construção de uma sociedade cheia de injustiças, onde poucos têm quase tudo e muitos – muitíssimos! – têm quase nada, aposta nas armas para se auto-destruir, sendo o armamento nuclear o exemplo mais acabado de tal desvario: em caso de guerra nuclear, ninguém sobreviveria, não haveria nem vencedores nem vencidos, apenas perdedores!
Ora é neste mundo criado pelo “inteligente” Homem que nós – os outros!! – somos obrigados a viver. Vivemos em completa dependência da estupidez – estupidez que leva à avidez, à ganância, à luxúria, ao apenas olhar par o seu umbigo! – de uns tantos “espertos” que conseguem comandar o mundo, sem que haja alguém que lhes consiga fazer face! Tudo controlado, tudo corrompido: do sistema económico (para que dependa do sistema financeiro instalado), aos políticos (para que apliquem as sábias leis de controle da economia subjugada apenas aos seus interesses), aos advogados (para que façam essas leis e de tal modo que não deixem que se faça justiça e sejam condenados os corruptos, os açambarcadores , os ladrões)!
A pergunta é: "Até quando a estupidez esperta de uns poucos se sobreporá à inteligência lúcida de muitos que bem gostariam de viver numa sociedade equilibrada, onde reinasse a justiça, se controlasse a natalidade, nunca houvesse nem crises nem guerras, uma sociedade sem armas para que nunca mais Homens matassem outros Homens?"
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