A notícia aconteceu, na última semana: “Cerca de 70% das transacções em Bolsa – a nível mundial – são feitas inter-supercomputadores, sem qualquer intervenção humana”. A razão é simples: não há humano que seja capaz de competir em rapidez de decisão e execução com um super-computador. E a luta é saber qual deles chega primeiro à informação de tendência de subida ou descida deste ou daquele titulo. Depois, basta ganhar um cêntimo em cada transação, o que, multiplicado por milhões, dá muitos milhares de dólares ou euros de lucro. Por exemplo, uma transação de 40 milhões de acções, com um cêntimo de lucro, perfaz a “módica” quantia de 40 mil dólares ou euros.
É a ganância toal, a usura no seu auge: ganância dos investidores, ganância dos corretores. Mas, entre muitas, há quatro perguntas fundamentais que a Humanidade se deveria fazer: 1 – Para quê quer um investidor multiplicar por 10, 20, 1000 o seu capital? Não lhe bastarão uns largos milhares, para viver a vida em todo o seu esplendor, em harmonia consigo e com os outros? Haverá melhor filosofia de vida? Haverá outro conceito racional de felicidade? 2 – Não deveria o investidor pensar em criar riqueza, não para se servir dela, desbaratando-a, mas para a pôr ao serviço da comunidade, criando empresas que dessem emprego a toda a gente, isto é, com uma função totalmente social? 3 – Até que ponto tem um ser humano a liberdade de usurpar – seja baseado em que leis for, em que artimanhas for! – a riqueza toda só para si, deixando os outros, os seus semelhantes à míngua, sem emprego, passando fome? Não tem de haver limites para a liberdade, toda a liberdade, mormente a financeira? 4 – Quem terá força para impor limites a tal perversa liberdade? Não têm de ser os países – políticos, economistas e financeiros de braço dado – a acabarem com o escândalo, pois é de verdadeiro escândalo que se trata?
Infelizmente, parece que ninguém está disposto a dar o primeiro passo. Nem mesmo as universidades de economia! (Veja-se o pouco interesse que este blog tem despertado nesses fórums onde se ministra o “saber”!)
Há, no entanto, uma luz ao fundo do túnel: o próprio sistema pode entrar em colapso! Basta que um “esperto”, um dos que é vítima do sistema, mas tem a sorte de ter um computador e o know-how para accionar os mecanismos que levem à confusão total, baralhando o sistema, fazendo-o colapsar. Não há dúvida: é nas Bolsas mundiais, Bolsas nascidas para que as empresas produtivas pudessem dispersar o seu capital, capitalizando-se para produzirem mais e criarem mais emprego, mas agora totalmente desvirtualizadas dessa nobre função, que se verificam as maiores perversidades que o sistema financeiro actual permite, a nível global, aos senhores do capital. Até quando?!!!
domingo, 3 de julho de 2011
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