É um convencimento generalizado entre economistas de que, para haver uma sociedade equilibrada e pacificada, tem de haver pleno emprego para todos os que estão em idade activa de produção. Citemos apenas o conceituado professor de economia da Universidade de Harvard (USA), Kenneth Galbraith, no seu livro “A Sociedade Desejável”: “Tem de haver oportunidades de emprego para todos os membros que estejam dispostos a trabalhar”. E acrescenta: “Isto significa, dada uma população em crescimento e com maiores aspirações, uma expansão sustentada da economia e, como consequência, o aumento sustentado e estável do número de trabalhadores empregados”.
No entanto, sendo a primeira afirmação de Galbraith óbvia, a segunda pressupõe uma economia sempre em crescimento, o que é manifestamente insustentável num mundo em mudança, sufocado pelos efeitos perversos da globalização. Como afirmo no meu livro “Um Mundo Liderado por Mulheres”, “o desemprego, atingindo taxas elevadas em todo o mundo, sempre nos países em desenvolvimento, mas agora também nos mais evoluídos e industrializados, é considerado uma chaga social que afecta milhões de pessoas”. E, mais abaixo: “Aqui é que se vão requerer cérebros que produzam boas ideias à escala global: ocupar toda a mão-de-obra disponível em cada país...”
O problema coloca-se, pois, tendo em conta dois parâmetros: o número de pessoas em idade produtiva e os meios de produção onde essa população se possa inserir. Os sistemas económico-financeiros deverão ter a adequada resposta. Ora, se os actuais nitidamente não são resposta, outros terão de surgir para que o sejam. É nisso que estamos aqui empenhados.
Sobre os efeitos perversos da globalização falaremos em próximas mensagens.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
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